‘Sou um ser humano como outro qualquer’, diz Zeca Pagodinho em entrevista à Tribuna
Zeca Pagodinho traz a JF a turnê “Ser humano”, com novas canções do disco homônimo, para comemorar os 35 anos de carreira
Não importa o gosto musical de cada um, que é subjetivo. Um cara que toma sua cervejinha feliz da vida, ajuda sua comunidade durante uma enchente devastadora, diz que não pode ver um cachorro de rua que quer adotar e versa, com a leveza de que tanto precisamos, “Deixa a vida me levar” só pode ser um sujeito boa-praça. É essa a impressão praticamente universal que se tem do sambista Zeca Pagodinho, que chega a 35 anos de carreira, com canções e interpretações que são quase como domínio popular, todo mundo sabe cantar um pedacinho que seja.
Neste sábado (27), o cantor volta a Juiz de Fora com a turnê “Ser humano”, que traz novas canções do disco homônimo, assim como a faixa-título. “Essa música não é minha, é do Claudemir, Mário Cleide e Marquinho Índio, que a fizeram para fazer parte deste disco, porque achavam que ela se parecia comigo. Foi um presente”, diz o sambista em entrevista à Tribuna. Além das novidades, o repertório tem clássicos da carreira de 35 anos do artista, que prometem transformar o Terrazzo em um grande karaokê. Entre os hits, sambas como “Judia de mim”, “Verdade”, “Coração em desalinho”, “Deixa a vida me levar”, “Maneiras”, “Faixa amarela” e outras velhas conhecidas do público integram a setlist executada pela Banda Muleka, com Paulão “7 Cordas” na direção musical e um belo cenário, que faz referência ao mar, Xerém e São Jorge.
De poucas palavras, mas excesso de simpatia e de humildade, Zeca falou sobre o show, a carreira e sobre si. E para quem é da boemia, tão marcante em tantas letras de Zeca e emblemática até na construção da imagem do artista, ele garante: “Samba, boemia, festividade… Está tudo ligado, uma coisa leva à outra”. Tim-Tim!
Tribuna – Sua música atravessou várias gerações, como é ver seu trabalho sendo ressignificado por pessoas de diferentes idades, referências, classes sociais?
Zeca Pagodinho – Vejo com alegria. É bom saber que as pessoas gostam do nosso trabalho, é o que faz a gente seguir em frente.
Você sempre foi e nunca deixou de ser ligado à sua comunidade. Qual é a importância disso para você e como isso o influencia como artista?
Este é o meu jeito, gosto de Irajá, de Del Castilho, de Xerém, da Barra, gosto da favela, das ruas, gosto do Brasil. Este é o Zeca.
Qual é a importância de parcerias musicais em seu trabalho?
Gosto de ter parceiros, todos são meus amigos. Um complementa a ideia do outro.
Como você avalia a evolução de seu trabalho ao longo de tantos anos de carreira?
Eu não penso muito nisso não, mas só posso achar que foi uma boa evolução, afinal, são 35 anos de carreira!
Você é uma figura emblemática no imaginário da música popular brasileira. Quem é, nas suas palavras, o Zeca Pagodinho?
Um ser humano como outro qualquer.
Qual é seu momento favorito neste show e por quê?
Todos e, principalmente, quando o público faz o show junto com a gente.
Na sua opinião, o que faz uma boa roda de samba?
Bom samba, bons batuqueiros, cerveja gelada e muita alegria.
Zeca Pagodinho
Neste sábado (27), às 20h (abertura da casa), no Terrazzo (Avenida Deusdedit Salgado 5.050).