Saúde é prioridade
Reduzir recursos para a pesquisa, sobretudo na área de saúde, é comprometer o futuro da população, como ora ocorre na falta de meios para o enfrentamento ao câncer de mama
Reduzir recursos para a pesquisa, sobretudo na área de saúde, é comprometer o futuro da população, como ora ocorre na falta de meios para o enfrentamento ao câncer de mamaUm ano perdido em pesquisas implica muitos danos. A pertinente observação é da professora doutora Jacy Gameiro, do Instituto de Ciências Biológicas da UFJF, ao tratar de investimentos nos projetos de combate ao câncer de mama. No Outubro Rosa, a Tribuna adere ao projeto de discussão do tema por ser uma questão importante para a sociedade. É a segunda maior causa de morte de mulheres, mas o seu enfrentamento ainda não chegou a patamares adequados. Além dos recursos, há o desconhecimento de uma boa parcela da população, que considera simples métodos – como apalpar a mama – suficientes para detectar a doença.
Como bem destacou a pesquisadora, a mamografia é um exame que deve ser frequente e em faixas etárias cada vez mais baixas. Com a mudança de hábito e o envolvimento intenso da mulher em várias frentes, a doença já não tem mais data marcada, podendo ocorrer em qualquer etapa. Por isso, a prevenção é estratégica como política de governo. O mês é emblemático para o incremento de discussões, mas a pauta deve ser permanente, a fim de reduzir esse flagelo que se acentua nos tempos atuais.
Quando os recursos se escasseiam na pesquisa, há sempre o risco de comprometimento do futuro. Qualquer atraso implica danos que a própria sociedade irá pagar no decorrer do tempo. O avanço não se dá pelo simples insight do “efeito eureca”. Pesquisa é coisa séria e exige tempo e muito trabalho. Quando não há recursos, o comprometimento é um dado que pode ter graves consequências.
O contingenciamento de verbas para a saúde é um problema a ser enfrentado. Não se desconhece a crise econômica que afeta todas as frentes, mas tirar a pesquisa da lista de prioridades é um contrassenso, sobretudo pelos danos futuros. É necessário investir na saúde da população, e, quando esta deixa de ser prioridade, é o próprio Governo que paga a conta, já que o aumento de doenças acaba sendo uma demanda em alta no sistema. Desta forma, olhar à frente é atentar para a importância do trabalho científico, como ocorre nos países desenvolvidos com resultados que repercutem na visível qualidade de vida de seus habitantes.