Defesa entra com novo pedido de insanidade mental de agressor de Bolsonaro
Documento é embasado em laudo médico psiquiátrico de Adelio Bispo feito na última semana, em Campo Grande
A defesa de Adelio Bispo de Oliveira apresentou nesta segunda-feira (1º) um novo requerimento com pedido para realização de um exame de insanidade mental do agressor do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL). A entrega da petição foi feita por três representantes da defesa na sede da Justiça Federal, em Juiz de Fora.
O pedido é embasado no exame feito pelo perito Hewdy Lobo Ribeiro, de São Paulo, na última semana, em Campo Grande (MS). Conforme o portal G1 Zona da Mata, o parecer psiquiátrico aponta que Adelio tem transtorno grave delirante.
Os advogados relataram que a peça inclui também prontuários de atendimento de Adelio Bispo na penitenciária de Campo Grande, além de histórico de problemas médicos anteriores. “Vamos fazer uma retomada, agora com parecer técnico, com maior embasamento do que antes”, afirma o advogado Marco Antonio Mejia, autor do novo pedido de insanidade.
De acordo com Mejia, o objetivo da defesa não é tirar Adelio Bispo do presídio de Campo Grande e levá-lo para um hospital psiquiátrico ou manicômio, muito menos ingressar com um pedido de liberdade. “Ele está bem assistido ali, as medidas que vamos fazer está centrada onde ele está. A defesa não pensa em tirar ele de Campo Grande, de forma alguma. Queremos ele preso ainda”, defende.
Se deferido pelo juiz da 3ª vara da Justiça Federal em Juiz de Fora, Bruno Souza Savino, o exame deverá ser feito em até 45 dias. A defesa indicará um perito para assistente técnico da causa, enquanto a Justiça deverá indicar outro profissional. Desde o última quinta-feira (27), o processo tramita em segredo de Justiça.
Esta é a segunda vez que a defesa de Adelio Bispo de Oliveira ingressa com um pedido de incidente de insanidade mental. O primeiro foi negado pelo juiz Bruno Savino no dia 10 de setembro. No entendimento do magistrado, no primeiro pedido não havia elementos de informação que sustentassem a existência de dúvida sobre problemas mental do investigado. O entendimento do juiz seguiu o parecer do procurador da República responsável pelo caso, Marcelo Borges Mattos Medina.
Adelio Bispo de Oliveira atacou Jair Bolsonaro com uma faca na tarde do dia 6 de setembro, quando o candidato do PSL fazia ato público de campanha no Calçadão da Rua Halfeld, quase esquina com a Rua Batista de Oliveira.
De acordo com relatório final de um dos inquéritos da Polícia Federal (PF), Adelio agiu sozinho no momento do atentado. Ele confessou o crime e está detido no presídio federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, e está isolado dos demais acautelados. Ele foi enquadrado no crime contra a Lei de Segurança Nacional. A pena, neste caso, é de três a dez anos de prisão, podendo ser aumentada até o dobro em função da lesão corporal grave.
Em um outro inquérito, a PF continua a busca por eventuais pessoas ou grupos criminosos que possam supostamente ter atuado como mandantes, colaboradores materiais ou mesmo instigando ou induzindo o autor.
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