Homem que matou ex-namorada rondava local antes do crime
Além de matar jovem de 18 anos com um tiro durante um churrasco, criminoso ainda disparou contra o namorado dela; criminoso está foragido
O homem, de 27 anos, envolvido no feminicídio de Alícia Maria Freitas Cordeiro, 18 anos, no Bairro Grajaú, Zona Leste, rondava o local antes de invadir a comemoração e matar a jovem com um tiro na cabeça. A investigação da Polícia Civil, por meio da Delegacia de Mulheres, apontou que vizinhos relataram que o autor do disparo foi visto no local à espreita, no último sábado (8), à espera de uma oportunidade para invadir a casa onde acontecia o churrasco.
Alícia estava sentada no segundo degrau de uma escada, quando ele chegou de arma na mão e efetuou um tiro bem próximo à ela. Em seguida, ele acertou o atual namorado da jovem, um rapaz de 21 anos, com um disparo no peito. Alícia morreu no local. O seu novo namorado foi encaminhado para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde encontra-se internado no CTI em estado grave, o que impediu de ser ouvido pela polícia.
De acordo com a delegada, Ione Barbosa, o suspeito, que está foragido, pois ainda não se apresentou às autoridades policiais e também não foi localizado pelos investigadores, já havia sido preso, no final de 2017, por agressão contra Alícia. “Ele ficou três meses preso e foi liberado em um processo que ainda corre na Justiça. Ele tem um histórico de várias agressões e ameaças contra esta jovem”, afirmou Ione, acrescentando que essa agressão que resultou na prisão dele, em 2017, foi motivada pelo rompimento do relacionamento do casal.
“Alícia terminou o namoro com ele por conta da agressividade. Ele não aceitou o fim, e, mais que isso, não aceitou o fato de ela ter começado a namorar um novo rapaz, o que fez com que aumentasse ainda mais suas ameaças, alegando que iria matá-la caso não voltasse para ele”, disse a delegada. Ione destaca que o investigado cumpriu suas ameaças no sábado, depois que ficou sabendo que Alícia estaria no churrasco que acontecia na casa do novo namorado, naquele dia. “Esse é um típico caso de feminicídio”, avaliou a delegada.
Conforme a investigação, o atirador invadiu a comemoração, pois encontrou o portão aberto para a chegada de outros convidados. “Ele entrou de posse de uma arma de fogo e foi em direção a ela, disparando um tiro na cabeça dela numa distância bem curta e também disparou contra o namorado dela”, asseverou a policial. O inquérito, que já ouviu dez pessoas entre as que presenciaram o crime e que conheciam o histórico de agressões contra a jovem, apura o feminicídio contra Alícia e a tentativa de homicídio contra o namorado dela.
A delegada também informou que os áudios de ameaças que o suspeito encaminhou para Alícia estão sendo transcritos para compor o inquérito. O investigado é de Juiz de Fora e teve um relacionamento com a vítima por cerca de dois anos. A maioria das ameaças de morte começou a acontecer no fim do ano passado, quando ele chegou a agredi-la violentamente. Alícia chegou a registrar um boletim de ocorrência, ocasionando a prisão dele. Conforme informou a delegada, a jovem não tinha medida protetiva.
O suspeito deixou o local do crime em um carro. Comunicação sobre o paradeiro dele, para auxiliar na investigação, pode ser passada, de forma anônima, ao Disque-Denúncia Unificado (DDU) 181.
Tópicos: feminicídio / polícia