Cem dias todos os dias
O ritual e a tradição de avaliação dos cem primeiros dias de administração fazem parte da cultura política e governamental de quase todo o mundo democrático. É um gesto moral e pessoal, que alia o dever de prestar contas à obrigação da transparência, da exposição, de mostrar a cara. Esta é, também, a atitude que estou assumindo, aqui e agora. Este é, na verdade, meu modo de ser homem público, responsável por meus atos e compromissos políticos e, principalmente, administrativos. Não acredito no trabalho público sem a participação direta, formal e capaz do cidadão.
Juiz de Fora é uma cidade que nos dá oportunidade de exercitar e concretizar essa forma de administração. Primeiro, por ser composta por uma população inteligente, esclarecida e participativa; segundo, por estar em constante evolução tecnológica, cultural e produtiva. Em suma, uma cidade do século 21. Em cem dias de administração, deixei muito clara essa forma de conduta. Em todos os compromissos públicos, destaquei minha concepção, baseada na coerência do comportamento político que, entendo, faz parte da consciência cidadã desta cidade.
Na vivência e convivência destes momentos difíceis pelos quais passamos, o sentimento que nos integra é o combate às mazelas contemporâneas, sejam elas quais forem, com a certeza de que há muito trabalho pela frente, para que os próximos cem dias sejam a continuidade do que já foi feito até agora, e que os próximos anos confirmem o fato de que estamos trilhando esses caminhos de incertezas com a convicção de que temos um objetivo: o bem comum de toda nossa gente, para que todos tenham também as mesmas possibilidades, os mesmos sonhos e as mesmas conquistas. Mas não adianta ter simplesmente conhecimento das necessidades: é preciso avançar, construir, descruzar os braços, ousar. E é isso que esses cem dias como prefeito me ensinaram.
Por exemplo: não adianta enfrentar situações como a greve dos caminhoneiros se lamentando em gabinetes, esperando soluções divinas ou de outros poderes. O movimento trouxe, como consequência, uma avalanche de problemas para o povo em geral, e era preciso ter ação, atitude, firmeza, sem confrontos, sem julgamentos, apenas com o trabalho e a consciência de estar amenizando ou contornando tais graves problemas. Criamos o comitê de gerenciamento da crise, e, muito mais do que administrar soluções à sombra, trabalhamos juntos para que a crise não afetasse tão duramente a sociedade. Foi uma batalha sem vencidos e sem vencedores, mas foi momento de demonstração da capacidade de superarmos nossos próprios limites.
Dentro da lei, da ordem, da justiça, o comitê atuou com seriedade, diálogo e persistência. A mesma determinação se aplica a outras questões, como os problemas de trânsito, que estão sendo vencidos com projetos e obras, como a alça do Viaduto Augusto Franco, que vai ampliar a fluidez e as opções para desafogar a circulação de veículos no Centro da cidade. Pois bem, a ordem de serviço para a ramificação destas vias está assinada, e as obras em breve serão iniciadas. Assim como a concretização do Plano Diretor do Município, que dá nova feição à urbanidade desta cidade, com visão moderna, contemporânea, até mesmo futurista. Esse plano já está sancionado e começa a ser realidade.
Para uma administração que tem como compromisso fundamental a participação e a integração com seus cidadãos e suas cidadãs, lançamos o “Portal dos Serviços”. Ou seja, escancaramos a Prefeitura, suas secretarias, autarquias e empresas públicas, todos os seus quase 700 serviços prestados, para que a população tenha instrumentos de acesso às obrigações do Poder público, com demandas, necessidades, queixas, elogios e propostas, através da tecnologia, das redes sociais, das mídias eletrônicas e dos aplicativos. Isso se chama levar a transparência de um órgão público às consequências máximas das exigências legais. Isso não é favor. É o que tem que ser feito. Por tudo isso, e muito mais, Juiz de Fora foi reconhecida e premiada com o primeiro lugar no Ranking Nacional de Serviços em Cidades Inteligentes.
É claro que muitos problemas ainda pedem solução. E quero aqui destacar a questão social, e sua triste realidade também em Juiz de Fora, como algo que exige atenção urgente da ação administrativa. Assim, é inevitável a constatação de que todos os cem dias que temos pela frente serão de muito trabalho, transparência e superação. Mas, acima de tudo, de muita integração com a população. Trabalhar junto, ouvir, participar. E fazer. Essa é minha vocação.