UFJF recebe cerca de duas mil pessoas para acompanhar jogo do Brasil
Estudantes, professora e até holandesa vibram com vitória canarinha na universidade, que se firma como ponto de encontro da torcida verde-amarela em JF
Aos cantos de “Brasil olê, olê, olê!” e “o campeão voltou!”, centenas de juiz-foranos assistiram a classificação brasileira às quartas de final nessa segunda-feira (2), na Praça Cívica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Do animado estudante Jefferson Gonçalves à professora e corredora Cecília Ribeiro e até a holandesa-brasileira Francisca Jeanty, aposentada, os gritos de gol ecoaram mais forte com a crescente presença de pessoas para assistir a Seleção Brasileira no telão instalado no local desde a estreia canarinha na Copa.
Segundo a Segurança da UFJF, a Federal recebeu quase 2 mil pessoas durante o duelo brasileiro contra o México. Paralelamente ao ascendente público esteve a animação da torcida, graças também aos cantos puxados por Jefferson Gonçalves e os amigos, que levaram até um bumbo ao campus. “A ideia do bumbo foi de um amigo meu, o Marcelo, que disse que levaria um surdo e queria me ver tocar. Sempre nos reunimos para fazer um churrasco, torcer para o Flamengo, então sempre temos alguma ideia diferente, e hoje especialmente foi o bumbo para trazer a galera com a gente, uma torcida de verde e amarelo, para proporcionar uma alegria maior”, explica o estudante.
A crescente presença de torcedores na Praça Cívica já oficializou a UFJF como um dos principais pontos de encontro dos juiz-foranos para assistirem o Brasil. Os motivos da escolha variam. Segundo Jefferson, “o clima é bom, é perto da minha casa, a galera divulga bastante para podermos torcer para o nosso Brasil. E principalmente conhecer novas pessoas, formar novas amizades. Precisamos disso porque a UFJF já foi palco de muitos outros eventos não bem sucedidos. Espero que as pessoas que estão aqui hoje formem uma amizade. O Brasil precisa que a gente esteja junto. O Brasil junto é um Brasil melhor”, destaca.
Entre as aulas e treinos, a professora e corredora Cecília Ribeiro vai além ao justificar a saída de casa para assistir o jogo com centenas de estudantes. “Escolhi a UFJF porque aqui foi um espaço em que sempre estive. Me formei aqui e sempre vi uma ordem. E justamente nos jogos vejo que existe uma diversidade de idades, em geral. E o que mais me impressionou foi a ordem estabelecida pelos jovens, o patriotismo. Por isso escolhi assistir aqui todos os jogos e os próximos também”, conta.
A emoção sentida, segundo Cecília, pode ser comparada à de uma corrida. “Sempre existe uma ansiedade, mas ao mesmo tempo uma tranquilidade porque o time do Brasil nos passou, até hoje, uma confiança”, explica.
Berço holandês, pátria brasileira
A aposentada Francisca Eleonora Jeanty era uma das torcedoras animadas logo em frente ao telão. A proteção do sol foi temática, com bandeira e chapéu na cabeça. A ansiedade era a sensação até o carrinho de Neymar para tocar a bola ao fundo das rede. A verdadeira origem de Francisca jamais seria desconfiada pela comemoração, não fosse o relato à Tribuna. “Vim para o país com 2 anos de idade, mas me sinto mais brasileira do que muitos daqui. Eu torço até chorar! Choro no hino nacional, torço pela pátria, porque o Brasil é a minha pátria. Eu nasci na Holanda, que é meu berço, mas minha terra e pátria são aqui!”, reitera.
Fora da Copa, o país que já apresentou ao mundo um carrossel em campo, em 1974, não dividiria o coração verde e amarelo de Francisca. Aliás, ninguém melhor que ela para avaliar o clima dos juiz-foranos, já que assistiu a todos os jogos do Brasil na UFJF. Por Francisca, a UFJF vira um caldeirão como um Maracanã lotado. “No primeiro jogo teve bastante gente, mas não essa multidão de hoje. A cada partida parece que vêm mais pessoas. Espero que a gente chegue na final, e que não caiba mais nada aqui dentro!”, idealiza.