Mais um capítulo
Reinício das obras na BR-440 não dá garantias de conclusão do projeto que se tornou vital para a mobilidade urbana na Cidade Alta
O acordo firmado entre o Governo Federal, por meio do Dnit, e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) para implementação de obras na BR-440, retomando um projeto que está parado há seis anos, foi um passo adiante, mas não tem a significância que se esperava ante o que ainda é preciso ser feito. A retificação de galerias, para conter os constantes alagamentos, e a construção de passarelas em trechos que sequer estão definidos não dão à população a garantia de que a obra, finalmente, vai adiante até a sua conclusão. O que se esperava, depois de tanto tempo, eram soluções para impasses como o que bloqueia a chegada da via até a BR-040 e seu início, na altura do acesso ao Bairro Casablanca. No meio do caminho, há uma população que convive com poeira, alagamento e incerteza sobre o que será feito e que ainda não foi chamada para saber o que vai acontecer.
Quando implantou o Plano de Desenvolvimento da Cidade Alta, em meados de seu Governo (1977-1983), o então prefeito Francisco Antônio de Mello Reis apresentou o conceito de uma via para ligar aquela região à Avenida Rui Barbosa, no Mariano Procópio. Ela passaria por onde se encontra o Casablanca, margeava o Bairro Borboleta e passaria por dentro do Vale do Ipê. Como o projeto não foi levado adiante, o adensamento tornou a proposta inicial inviável ante os custos de desapropriação. A alternativa que ficou foi a ligação do trecho do Campo do Nova União à BR-040, mas até esta divide opiniões ante questionamentos sobre a sua viabilidade. Há setores que defendem, com a municipalização da via, fazê-la uma auxiliar da Costa e Silva para desafogar o intenso trânsito na região, ficando o trecho perto da Represa de São Pedro como espaço de lazer.
Mesmo essa proposta esbarra na burocracia do Dnit. O ideal seria fazer o acesso até a BR-040, pois daria mais uma via de alcance à principal rodovia federal da região, mas o ponto central continua sendo o trecho interno, que liga o nada a lugar nenhum e ainda tem os contratempos de cortar bairros ao meio sem uma solução. O que se vê hoje, e que é possível verificar na foto de capa da Tribuna, é um arremedo de um projeto que tinha tudo para dar certo e facilitar a acessibilidade na região.