Instabilidade climática se prolonga durante a semana em Juiz de Fora
Pancadas de chuva ainda estão previstas para esta quarta e quinta-feira, devido à frente fria que atua no litoral do Sudeste
Embora já seja outono e mês de abril, o período de estiagem ainda não é uma realidade de Juiz de Fora. Para se ter ideia, apenas na última terça-feira (3), o município contabilizou acumulado de 54,6 milímetros de precipitações, índice que corresponde a mais da metade do previsto para o mês, que são 107,1 milímetros. E mais, foi a segunda maior concentração de chuvas no intervalo de 24 horas de todo o período de instabilidade, iniciado em novembro do ano passado. Desta vez, a responsável para esta condição no tempo é uma frente fria que atua no litoral Sudeste do país e traz reflexos significativos para algumas regiões mineiras, como a Zona da Mata. Na cidade, a previsão é de novas tempestades, a qualquer momento, pelo menos até a próxima terça-feira (10).
A frente fria, nesta época do ano, apresenta outra característica, que é a redução nos índices registrados nos termômetros. Na quarta (4), a máxima foi de 23,5 graus em Juiz de Fora, contra 29 graus registrados um dia antes. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), até o fim de semana, o município não deve registrar mais que 23 graus, com mínima entre 16 e 18 graus. O sol aparece entre muitas nuvens ao longo destes dias.
Ao menos por enquanto, 2018 tem se comportado dentro do previsto com relação à pluviometria, considerando que o ano passado foi atípico em relação ao comportamento das chuvas. Para se ter ideia, o acumulado nestes 94 dias é de 840,2 milímetros, o que representa 88,8% de todas as precipitações registradas entre janeiro e dezembro de 2017. E todas estas chuvas resultaram em impactos negativos e positivos.
Do lado a não ser comemorado, estão o aumento da deterioração do asfalto em diversos pontos da cidade e os alagamentos registrados em corredores de tráfego durante as tempestades. Já o ponto positivo está nos mananciais que abastecem o município. O caso mais emblemático é o da Represa João Penido, onde o volume acumulado mais que dobrou desde o início do ano, chegando aos atuais 83,9% de capacidade de armazenamento.
Já o lago de São Pedro, que é menor e, por isso, tem respostas mais rápidas com relação às chuvas ou períodos de estiagem, está em uma situação peculiar. Segundo a Cesama, o volume observado na manhã desta quarta-feira (4) era de 100%, ou seja, totalmente cheia. Quando isso acontece, a companhia precisa executar medidas operacionais para evitar problemas.
Uma delas foi descarregar água para o córrego do bairro, que segue para o Rio Paraibuna após passar pelos bairros Vale do Ipê, Democrata e Mariano Procópio. Durante a tempestade, a Rua Benjamin Guimarães, no Democrata, ficou alagada após o córrego transbordar por alguns instantes. Sobre este fato, a Cesama informou não haver relação com a manobra operacional, sendo resultado das águas pluviais.
A condição de Chapéu D’Uvas, 11 vezes maior que João Penido, é diferenciada, por ter a função de regular o nível do Rio Paraibuna, além de servir para abastecimento público. Por esta razão, não pode chegar à sua capacidade máxima de armazenamento, como em São Pedro. Mesmo assim, o manancial está 87,5% cheio, um dos maiores índices da história. O recorde foi registrado mês passado, com 88,6%.