CadĂȘ o bicho?
O Vasco foi o primeiro brasileiro a debutar na edição 2018 da Libertadores e o fez com o pĂ© direito. NĂŁo importa a fragilidade – quase infantil – do Universidad ConcepcĂon ou as trapalhadas – quase inacreditĂĄveis – do goleiro da equipe chilena: o fato Ă© que o Cruzmaltino superou severas e justificĂĄveis desconfianças, o medo e o frio na barriga da estreia e se impĂŽs em campo adversĂĄrio. De fato e de direito, levou e retornou para o Brasil com a bagagem trĂȘs pontos mais pesada.
Foi goleada. Foi 4 a zero. Poderia ter sido mais. A juventude de boa parte do elenco vascaĂno revelou, ao menos durante os 90 minutos iniciais, um estilo agudo e veloz capaz de envolver um adversĂĄrio desorganizado. NĂŁo serĂĄ sempre assim, mas Ă© um bom começo, a despeito de algumas falhas preocupantes no setor defensivo, que poderia resultar em uma maior dificuldade durante a partida.
A vitória confirmou o óbvio ululante de Nelson Rodrigues que alguns flamenguistas insistiram em não enxergar recentemente: a qualidade do técnico Zé Ricardo é inegåvel, bem como sua capacidade de encontrar soluçÔes em um elenco limitado e trabalhar a reta final da formação de jogadores mais jovens como Evander e Paulinho: gratas surpresas.
A lamentar apenas o caos administrativo do clube. Com dois meses de salĂĄrios atrasados, Ă© difĂcil imaginar que os atletas receberĂŁo em dia a justa premiação por uma classificação praticamente garantida. Da mesma maneira, creio que o goleirĂŁo adversĂĄrio tambĂ©m nĂŁo deve ver a cor do dinheiro da parte que lhe cabe do bicho pelas falhas clamorosas, falhas estas que gerariam bate-boca em qualquer churrasco pĂłs-pelada de fim de semana.