Militares fazem exercício de capacitação para atuar em missões da ONU


Por Michele Meireles

06/06/2017 às 15h28

Divulgação/4 Brigada de Infantaria Leve (Montanha)

 

Cerca de 500 militares da 4ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha) participam nesta semana da fase final de um treinamento que irá capacitá-los para atuar em países onde o Exército Brasileiro participa de missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). O curso está sendo ministrado pelo Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), sediado no Rio de Janeiro, e compreende treinamentos em vários pontos de Juiz de Fora. Na manhã desta terça-feira (6), o grupo atuou em uma simulação de conflito na qual os soldados precisavam conter manifestantes que bloqueavam uma via. A atividade aconteceu no Bairro Benfica, Zona Norte, e chamou a atenção da população.

De acordo com o comandante da atividade, major Orlando Marin, antes dos exercícios práticos, a tropa, que é formada por militares de Juiz de Fora, São João del-Rei, Belo Horizonte e Petrópolis, participou de instruções ministradas por militares do CCOPAB. As aulas ocorreram em Juiz de Fora, em março deste ano, com instruções de CPTM (Core Pre-deployment Training Materials), que engloba assuntos como estrutura legal das Nações Unidas, direitos humanos, proteção a criança, mulher, paz e segurança, exploração e abuso sexual, meio ambiente, logística e regra de engajamento. “Após esta primeira etapa, os militares que foram capacitados aqui repassaram os conhecimentos às tropas de seus batalhões de origem”, comentou o oficial.

Segundo ele, os exercícios práticos, que tiveram início na segunda-feira (5) e terminam na próxima quinta (8), são simulações de incidentes que podem ocorrer durante as missões de paz. Na atividade desta terça, a simulação foi com um pelotão que patrulhava uma área e acabou se deparando com manifestantes bloqueando uma via. Em determinado momento, o grupo de manifestante atacou os soldados, que precisaram reagir para conter o tumulto e também liberar a via. O tenente Victor Assis, que é do 32º Batalhão de Petrópolis, foi quem comandou os homens na simulação. Segundo ele, a decisão de como agir nas situações de conflitos são pautadas em um manual da ONU e depende do cenário que encontram. “Na situação de hoje, por exemplo, os manifestantes nos atacaram com pedras e água. Se atirássemos contra eles, o efeito colateral seria muito grande. Nos respaldamos com o uso da munição não letal para conseguir controlar a situação”, disse o oficial.

 

Divulgação/4 Brigada de Infantaria Leve (Montanha)

 

Além da contenção de manifestantes, eles simularão durante esta semana acidentes com vítimas civis e militares, escolta de autoridades e segurança de estruturas, entre outros. “Esta tropa vai estar preparada para compor o Sistema de Prontidão de Capacitação de Manutenção da Paz das Nações Unidas e fica à disposição do Governo, que pode acioná-la a qualquer momento caso haja necessidade”, explicou o major Marin, acrescentado que, no caso de acionamento pelo Governo, os militares passam por uma terceira etapa do treinamento, para se adequarem ao cenário que encontrarão no país para o qual serão enviados.

A 4ª Brigada já participou de missão de paz no Haiti e atualmente há militares de Juiz de Fora em outros países. Tropas brasileiras estão presentes hoje no Haiti, Saara Ocidental, República Centro-Africana, Sudão do Sul, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Chipre e Libéria. Do dia 19 ao dia 23 de junho, a Tribuna participará, a convite do CCOPAB, de um estágio para jornalistas em áreas de conflito. O curso prepara profissionais da mídia para exercerem suas funções em ambientes hostis.

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