Rússia repudia lançamento de mísseis na Síria; França e Alemanha apoiam


Por Agência Estado

07/04/2017 às 10h00- Atualizada 07/04/2017 às 11h32

Líderes mundiais repercutiram hoje (7) o lançamento de 59 mísseis, pelos Estados Unidos, contra a base militar do governo da Síria nessa quinta-feira (6). A Rússia repudiou fortemente, enquanto a França, a Alemanha e Israel apoiaram o ataque. Segundo o presidente norte-americano, Donald Trump, a ação foi uma resposta ao ataque químico lançado no começo da semana pelo Exército sírio, comandado pelo presidente Bashar Al Assad. Segundo os órgãos oficiais da Síria, 16 pessoas – nove civis e sete militares – morreram na ação.

Em comunicado, o presidente russo, Vladmir Putin, disse que o lançamento dos mísseis agrediu um Estado soberano e isso representa “um golpe nas relações da Rússia com os Estados Unidos”.

O Kremlin reforçou que os Estados Unidos terão consequências negativas porque violaram normas do direito internacional. O país já pediu pediu uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

A França e Alemanha afirmaram, em comunicado conjunto, que o presidente sírio, Bashar Al Assad, tem plena responsabilidade pelos ataques dos Estados Unidos à base militar do governo sírio.

O primeiro-ministro de Israel também apoiou. Benjamin Netanyahu afirmou que o Estado israelense está plenamente de acordo com a decisão de Donald Trump.

Outros países que apoiaram o ataque foram o Japão, a Turquia, o Reino Unido, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e a Arábia Saudita. A China e o Irã afirmaram que não apoiam a medida norte-americana.

Departamento de Defesa dos Estados Unidos
Foto divulgada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos mostra base aérea de al-Shayrat, próximo a Homs, na Síria, que foi alvo de mísseis norte-americanos

Na noite dessa quinta-feira (6), Donald Trump fez um pronunciamento, após o anúncio do ataque, e conclamou os países que se unam aos Estados Unidos para lutar contra o que chamou de derramamento de sangue inocente na Siria.

Ao falar do ataque, Trump lembrou que as armas químicas estão proibidas segundo resolução das Nações Unidas. Os mísseis lançados são a primeira ação militar direta dos Estados Unidos sobre a Síria.

Um ataque com gás venenoso na terça-feira, na cidade síria de Khan Sheikhoun, tomada por rebeldes, matou entre 70 e 80 pessoas, a maioria delas civis, crianças e mulheres.

Até o momento, o discurso de Donald Trump estava direcionado ao combate ao grupo extremista Estado Islâmico que, na Síria, faz oposição ao governo.

De acordo com o Pentágono, a Casa Branca já vinha discutindo medidas a serem tomadas em relação ao país. Os Estados Unidos lançaram ataques aéreos à Síria em setembro de 2014, mas o alvo vinha sendo o Estado Islâmico.

O lançamento dos misseís ocorreu em meio a uma agenda internacional de Donald Trump, após jantar com o presidente chinês, Xi Jinping, na Flórida. Os dois presidentes estarão reunidos até o fim da tarde de hoje.

O escritório do presidente da Síria, Bashar al-Assad, chamou o ataque de mísseis dos Estados Unidos contra a base aérea de Shayrat, na cidade de Homs, de “imprudente” e “irresponsável”.

Segundo um comunicado divulgado nesta sexta (7), os ataques foram caracterizados como “míope” e refletem a continuação de uma política indiferente da administração, que se baseia em segmentação e “subjugação de pessoas”.

O ataque dos EUA ocorreu em resposta ao ataque químico na cidade de Khan Sheikhoun no início da semana, onde mais de 70 pessoas foram mortas.

Os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein declararam total apoio aos ataques. Os Emirados Árabes Unidos, que hospedam cerca de 4 mil soldados americanos, disseram que os Estados Unidos têm seu “total apoio”. Anwar Gargash, ministro de Relações Exteriores, elogiou a “decisão corajosa e sábia” do presidente norte-americano Donald Trump.

Enquanto isso, a pequena nação do Bahrein descreveu o ataque como “necessário para parar o derramamento de sangue” na guerra do país. O país hospeda a 5ª frota da Marinha dos EUA.

Os dois países suspeitam do Irã e de sua influência na Síria. Ambos se opõem às regras do presidente sírio, Bashar al-Assad.

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