As violĂȘncias contra a mulher
O tema da mulher volta a ser debatido neste domingo na Tribuna, que traz nĂșmeros e casos assustadores em relação Ă violĂȘncia. Se em janeiro a mĂ©dia de registros diĂĄrios na Casa da Mulher era de cinco, agora, em pleno MĂȘs da Mulher, este Ăndice saltou para 15. Na Semana da Mulher, 78 vĂtimas desta violĂȘncia procuraram a instituição para denunciar ameaças, agressĂ”es, espancamentos e torturas. O total de registros Ă© preocupante, ao mesmo tempo em que mostra que muitas mulheres estĂŁo tentando dar um basta na realidade de submissĂŁo e silenciamento diante do machismo e das agressĂ”es sofridas. Independentemente da leitura que façamos dos nĂșmeros, o fato Ă© que o apoio da Casa da Mulher tem sido imprescindĂvel para atender aquelas vĂtimas que resolvem buscar proteção, sendo considerada uma das mais importantes polĂticas pĂșblicas do municĂpio nesse setor.
Outras polĂticas de empoderamento da mulher precisam ser apoiadas e desenvolvidas para que a sociedade comece a desnaturalizar tambĂ©m violĂȘncias mais sutis, mas tambĂ©m violĂȘncias, que acabam colaborando para o mundo machista, que termina, muitas vezes, em agressĂ”es fĂsicas e atĂ© morte. Na reportagem deste domingo, alĂ©m de chamar a atenção para a violĂȘncia fĂsica, esta Tribuna mostra que atĂ© mesmo a representatividade da mulher nas propagandas precisa ser olhada com crĂtica, principalmente quando se refere Ă exploração do corpo, em que a mulher Ă© colocada como se fosse obedecer e satisfazer o homem. Militantes feministas afirmam que “a mercantilização da sexualidade da mulher Ă© naturalizada para que elas sejam cada vez mais exploradas”.
Quando este debate ganha espaço, a sociedade começa a desnaturalizar os comportamentos anteriores, e os resultados aparecem atĂ© mesmo na mudança de atitude de vĂĄrias grandes empresas de publicidade. Isso Ă© consequĂȘncia de uma luta histĂłrica para que se reduzam os estereĂłtipos em relação Ă mulher, que deve ser vista, sim, como lĂder, como trabalhadora, como polĂtica, enfim, como mulher que nĂŁo tem direitos a menos que o homem e nem quer ser vista como inferior e muito menos como mercadoria.