Escrevo de um passado bem próximo. Ainda é quinta-feira, 18h23 de uma tarde/noite de sol e chuva. Dia esquisito no famoso “ontem”. Tudo engarrafado no Estrela Sul, como sempre. Um saco. Não tem um semáforo no trevo esquisitão que liga o bairro ao shopping. Um perigo. Quase na hora de fechar o boteco e desligar o computador da firma, conto os minutos para o Brasil e Argentina.
Que coisa! O futebol segue me surpreendendo. Tanto como o trovão que espocou nervoso lá fora. Há alguns meses eu estava literalmente nem aí para a Seleção, que jogava um futebol insosso e arrogante como o técnico Dunga. Tão nojento como o trânsito do Estrela Sul. Agora, cá estou eu: ansioso pelo clássico, por colocar o Galvão Bueno no “mute” e por torcer pelo Brasil.
O que mudou não foi só a troca de treinador, mas a vontade de vencer que o tal Tite conseguiu trazer para um grupo mediano. Vontade! Basta isso para o torcedor ter seu pão e circo e esquecer os “trumps” da vida que insistem em nos ameaçar. Por falar em ameaças, os trovões não eram só bravatas. Começou a chover pesado. Pensei em correr para tirar a roupa do varal, mas, com esse trânsito do Estrela Sul, vai ser difícil…