A morte anunciada do lulopetismo


Por WILIMAR MAXIMIANO PEREIRA, COLABORADOR

01/04/2016 às 07h00- Atualizada 01/04/2016 às 09h10

Volta e meia, políticos e simpatizantes do PT usam o argumento de que o partido realizou programas sociais que tiraram 30 milhões de brasileiros da miséria, além de ter incrementado economias que estavam paralisadas. Não se cansam de afirmar que tais ações são vistas como afronta pelas elites brasileiras, que ainda se ressentem do término da escravidão, pois só assim manteriam o controle sobre os mais pobres. Atacam os meios de comunicação, que, segundo eles, estão a serviço das referidas elites e que cresceram sob a sombra do regime militar. Segundo esses arautos do PT, vale tudo para tirar o partido do poder “não pelos seus erros, mas sim pelos seus acertos”, tendo em vista que, segundo eles, ajudar os menos favorecidos incomoda muita gente (leia-se elite branca ou “coxinhas”).

Ninguém condena o PT pelos seus (poucos) acertos, e sim pela infinidade de erros que fez o país regredir econômica e até moralmente. O PT, que sempre dizia lutar contra a corrupção, fez muito pior do que todos os outros partidos juntos no Governo do Brasil. Loteou a Petrobras junto com empresários inescrupulosos para locupletação da canalhada, num rombo estimado em R$ 40 bilhões de reais. Os atos impróprios dos petistas (malfeitos, segundo a “chefa” do Governo) são antigos e, com o famigerado “petrolão”, atingiram o grau máximo na escala da corrupção. E o “mensalão”, os petistas se lembram dele, ou ignoram que o mesmo existiu, como o “esquecido” Lula, que sempre o negou?

No livro de memórias do seu amigo uruguaio José Mujica, este citou ter ouvido daquele que “só daquela maneira (comprando apoio), conseguiria governar o Brasil”. Será que se lembram dos achaques às empresas pelas prefeituras paulistas governadas pelo PT, que culminaram com as mortes dos prefeitos Celso Daniel e Toninho do PT, por se insurgirem contra as roubalheiras? Não venham com essa conversa de que “a corrupção, só nos governos do PT, tem sido sistematicamente investigada e combatida”. O mérito da limpeza que está sendo feita no meio empresarial e político não é do Governo, nem do PT, e sim do juiz Sérgio Moro, do procurador Rodrigo Janot, das forças-tarefas do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, além da imprensa livre (que o PT já tentou limitar), que marca em cima e denuncia os descalabros cometidos por esta quadrilha que quase desmontou a maior empresa estatal brasileira, coincidentemente, a partir do primeiro governo do PT.

Não venham querer responsabilizar “a zelite” (como diria seu guru) pelos protestos contra um partido e um governo que fez o Brasil recuar no tempo e amargar uma crise econômica sem precedentes, quando tudo rumava, de acordo com a política econômica herdada de governos anteriores, para um porto seguro e a consequente estabilidade econômica tão almejada. A ética, a moral e os bons costumes foram vilipendiados por esses políticos sem escrúpulos, que (felizmente) habitam hoje as páginas policiais, graças aos que defendem realmente o povo e o patrimônio brasileiros, assim como no passado recente o fez o grande ministro do STF Joaquim Barbosa.

Se a “alma mais honesta do mundo” não estivesse devendo nada, ela não precisava temer o juiz Sérgio Moro. A tentativa de livrar sua cara através de uma nomeação para um ministério foi vergonhosa. Sem contar a outra manobra que culminaria com o pedido de asilo à Itália pelo antigamente todo-poderoso Lula. O cara deve estar devendo muito, ao que parece.

Quanto ao “não vai ter golpe”, petistas e simpatizantes podem dormir tranquilos, não vai ter mesmo. A Dilma vai sair do poder através dos mecanismos legais previstos nas leis pátrias. E já vai tarde. O melhor para o Brasil seria ela levar consigo seu vice, Michel Temer, que é farinha do mesmo saco, para que fossem convocadas novas eleições. Para isso, a solução poderá vir do Tribunal Superior Eleitoral, onde corre um processo que ameaça a eleição passada, vencida pela chapa Dilma-Temer com uso de dinheiro sujo. Agora, o que está difícil é encontrar nomes para o cargo de mandatário da nação, numa hipotética nova eleição. A safra atual é muito ruim, deixando muito a desejar.

As manifestações “chapa branca” em favor do Governo, realizadas estrategicamente num dia útil com dispensa do ponto nas prefeituras do PT, além de ônibus, trem e comida de graça, shows musicais e a presença dos “paus-mandados” subsidiados pelo Governo federal (UNE, MST, Movimento dos Sem Teto, etc.), conseguiram levar às ruas, no dia 18 de março, apenas 7,5% do total dos manifestantes antigoverno do dia 13, que ali compareceram sem nenhum subsídio ou artifício, movidos apenas pelo dever cívico e pela responsabilidade para com a nação. O lulopetismo não é maior do que o Brasil.

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