Polícia Civil reconstitui momento em que Matheus Goldoni foi achado morto
O exato momento da localização do corpo de Matheus Goldoni Ribeiro, 18 anos, nas águas da Cachoeira do Vale do Ipê, foi simulado nesta terça-feira (12), na última etapa da reconstituição do caso, solicitada à Polícia Civil pelo Ministério Público. De acordo com o delegado de Homicídios e responsável pelo inquérito, Rodrigo Rolli, essa parte contou com duas testemunhas: um morador da região e um tio da vítima. Foram eles que percorreram mata adentro até a localização do cadáver na manhã do dia 17 de novembro de 2014, cerca de 56 horas após Matheus ter sido visto pela última vez na saída da casa noturna Privilège.
Conforme Rolli, os dois seguranças, um ex-funcionário e o gerente operacional da boate, indiciados por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem chance de defesa da vítima, não participaram desta vez, já que afirmam não terem entrado na mata naquela ocasião. “Um dos pontos principais foi verificar se o corpo permaneceu idôneo ou não após as duas testemunhas o terem encontrado. Elas disseram que apenas usaram um pedaço de pau para levantar por trás a blusa de Matheus e olhar seu rosto. O tio afirmou que o reconheceu pelo cordão que usava, porque fora ele mesmo quem havia dado o presente. Mas vai caber à perícia essa avaliação.”
Na reconstituição, acompanhada pelo promotor do Tribunal do Júri, Oscar Abreu, e por advogados da família da vítima, a Polícia Civil também calculou o tempo em que a equipe levou desde o local onde estava o corpo até a porta da casa noturna. “Demoramos 10 minutos para sair da mata e outros 5 até o Privilège. Mas não sabemos se fizemos exatamente o mesmo caminho que teria sido feito por Matheus (no sentido contrário), e se ele estava sozinho ou não. De dia o local já é de difícil acesso, pois a mata é muito densa. Imagina à noite. Só mesmo para quem conhece bem a trilha”, avaliou o delegado. A situação reforça a hipótese de a vítima não ter chegado sozinha ao local em que foi achada morta, sendo este o ponto considerado mais enigmático do caso.
Buscando sempre a verdade, a mãe de Matheus, Nívea Goldoni, 43, acompanhou os trabalhos, ao lado do marido, Cláudio Ribeiro, 45, mas o casal não chegou a entrar na mata, segundo Rolli. Todo o procedimento foi filmado e fotografado para análise posterior.
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Primeira e segunda parte
As primeiras duas etapas da reconstituição do caso Goldoni, solicitada pelo promotor Juvenal Martins Folly, foi realizada no dia 24 de novembro do ano passado, para tentar refazer os momentos que antecederam a morte de Matheus. Na época, os quatro indiciados por homicídio participaram, mas mantiveram suas identidades preservadas por máscaras e capuzes. Na fase inicial, foi simulada a briga ocorrida no interior da boate, quando Matheus foi agredido com um soco no rosto, supostamente por motivo passional. Já na segunda parte, foi refeita a descida pela Estrada Engenheiro Gentil Forn, em direção ao Bairro Vale do Ipê, percurso no qual Matheus teria sido perseguido por seguranças, e onde retrovisores de carros estacionados foram quebrados.
De acordo com Rolli, na próxima semana ele deverá encerrar os trabalhos junto com a perícia e remeter o processo à Justiça, junto com o laudo. “A reconstituição será importante para os debates no Judiciário, mas a investigação já havia sido concluída”, lembrou o delegado que, durante dez meses, ouviu 49 pessoas e fez 14 acareações no inquérito. Além dos quatro investigados por homicídio, um flanelinha foi indiciado por falso testemunho.
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