Motorista morto na 040 estava com mais 5 ocupantes, incluindo criança
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou outros detalhes em torno da morte do motorista Carlos Antônio de Oliveira, 50 anos, alvejado por um tiro fatal no pescoço em bloqueio montado por assaltantes, na noite do último sábado (7), no km 779 da BR-040, próximo à área de ocupação conhecida como Afeganistão e à Vila Esperança I, na Zona Norte. O disparo feito por um dos bandidos transfixou o para-brisa da Saveiro conduzida pela vítima. Ao contrário das primeiras informações de que Carlos estaria sozinho no veículo, o chefe da 5ª Delegacia da PRF de Juiz de Fora, Wallace Wischansky, informou, nesta terça-feira (10), que o morador da região do São Pedro, na Cidade Alta, estava acompanhado de outras cinco pessoas na picape cabine dupla, incluindo uma mulher e uma criança, com cerca de 1 ano.
Ao todo, o bando armado fez 15 vítimas em três veículos. Os demais ocupantes estavam em uma Fiat 500 Cult, de Juiz de Fora, e em um Volkswagen Parati, do Rio de Janeiro. “A informação inicial era realmente de que ele (Carlos) estava sozinho no carro. Tivemos dificuldade no fechamento da ocorrência porque algumas vítimas não estavam no local. Na hora da confusão, muitos foram embora, e houve dificuldade na localização dos ocupantes”, explicou Wischansky.
O caso aconteceu a cerca de um quilômetro do trevo da BR-267 de acesso ao Sul de Minas. Conforme a PRF, após denúncia sobre a presença de troncos na pista próximo ao km 780 da 040, a equipe seguiu para o local e presenciou um congestionamento de veículos. A Parati estava parada transversalmente, com o pneu dianteiro esquerdo estourado, enquanto o condutor da picape Saveiro estava alvejado por projétil de arma de fogo por meio de perfuração pelo para-brisa, e ainda apresentava sinais vitais.
Ao serem questionados pela polícia, os ocupantes da Parati disseram que passaram pelo tronco de árvore e seguiram para o acostamento, onde foram abordados por mais de cinco criminosos. Após anunciar o assalto, o bando mandou o motorista atravessar o veículo sobre a pista. Os ladrões abriram o porta-malas e retiraram toda a bagagem, roubando parte dela.
Com a aproximação de outros veículos, o grupo deu ordens para as vítimas já rendidas deitarem sobre o mato às margens da estrada e abaixarem as cabeças. Em seguida, surgiu a Saveiro e, conforme relato dos ocupantes à polícia, “só viram a Parati sobre a pista muito de repente e acreditaram tratar-se de acidente de trânsito”. O condutor freou, “momento em que dois dos indivíduos começaram a bater nas portas, mandando abrir e anunciando o roubo. Porém, antes que abrissem, já ouviram gritos de “atira, atira”, e um comparsa disparou. Carlos foi socorrido por uma ambulância da Concer, concessionária que administra esse trecho da rodovia, mas não resistiu e foi a óbito.
Já os passageiros do Fiat 500 Cult disseram à PRF que pararam na rodovia devido ao bloqueio feito pela Parati e também foram roubados.
Preso
No domingo (8), a PM conseguiu chegar ao suspeito de ter atirado em Carlos. O rapaz, 18, estava foragido do Centro Socioeducativo de Sete Lagoas. Ele é morador da Vila Esperança, em uma área de invasão conhecida como Marrocos, mas estava escondido em uma casa no Bairro Novo Triunfo, também na Zona Norte. O jovem negou participação no crime e alegou que estava próximo ao local e decidiu fugir em um táxi devido à aproximação de viaturas. Ele é suspeito de envolvimento em troca de tiros com policiais no ano passado, na Vila Esperança.
Já na segunda (9), um adolescente, 17, foi apreendido com cinco celulares e um notebook, que teriam sido roubados em outro bloqueio realizado na rodovia no dia 5. Ele foi abordado nas imediações da entrada da Vila Esperança, sendo os eletrônicos encontrados em sua casa.
O chefe da delegacia da PRF confirmou a reincidência de crimes semelhantes naquele trecho da 040, com colocação de obstáculos na pista para assaltos, mas garantiu que o policiamento já é reforçado no local e será ainda mais intensificado após o trágico homicídio. Já a Concer, destacou que prestou atendimento clínico à vítima de disparo e que cuida da segurança viária, estando a segurança pública a cargo da PRF.