As difíceis soluções do Expominas JF


Por José Eloy dos Santos Cardoso, Professor e jornalista

30/08/2019 às 06h41

Em artigo que publiquei tempos atrás, inclusive na Tribuna, comentei os erros de localização deste empreendimento do Estado, agora até chamado de “elefante branco” pela população. Este que seria o sonhado parque de exposições de Juiz de Fora foi desejo do ex-presidente Itamar Franco, e a construção e o término da obra foram realizados no tempo em que Aécio Neves era governador.

As razões do insucesso são inúmeras, e a principal foi uma obra construída totalmente fora das razões técnicas indispensáveis a um parque de exposições para eventos e mostras industriais, comerciais e outros fins. Como exemplo, cito o Expominas de Belo Horizonte, construído no antigo parque de exposições situado no Bairro Gameleira, que conta com vários condicionantes favoráveis. Entre outras razões, podemos enumerar: construção na Avenida Amazonas que conta com várias linhas de ônibus urbanos ou interurbanos, uma linha de metrô na sua porta e uma localização nas margens da chamada “linha expressa” que liga Belo Horizonte a Contagem. Além disso, o Expominas de Belo Horizonte está totalmente dentro da malha urbana.

No caso de Juiz de Fora, na minha opinião, o Expominas deveria ser construído no local vizinho da rodoviária, onde surgiu depois um belo shopping. Outras localizações favoráveis seriam na via logo depois do prédio da Federação das Indústrias – Regional da Zona da Mata e, também, no parque de exposições que existe ali nas imediações. Entretanto corrigir o malfeito nesta altura não é nada fácil. A construção de um falado acesso até o Expominas implicará altíssimos custos e recursos que a Prefeitura de Juiz de Fora não possui. Pelo que observei nos meus 17 anos que residi neste município, é difícil conseguir que a iniciativa privada substitua aquilo que seria da iniciativa do Governo.

Os representantes da Associação Comercial e dos setores de turismo reclamam da demora para as soluções deste problema. Mas solucionar aquilo que foi malfeito não é nada fácil, e a ligação e construção de um acesso que facilitaria tecnicamente e teoricamente o imbróglio é quase impossível de acontecer. A Prefeitura, sem dinheiro e sem condições de maiores gastos, não solucionará o caso no tempo em que deveria acontecer. Fazer obras inadequadas em locais errados é fácil. O difícil é corrigir e conseguir melhorar a situação a curto prazo. Alguém seria capaz de solucionar esse grande problema?

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