Em tempos de…
Nesses tempos de delação premiada, acusações generalizadas, quando o criminoso tenta isentar-se do delito cometido, acusando seu antecessor de culpa igual, alguns se escondem no silêncio dos corredores palacianos na tentativa de ocultar a longa cauda comprometedora. Certo é que o braço da lei e do direito está se mostrando hábil nos ajustes necessários para o ordenamento nacional. Quando tudo parecia perdido, e a esperança, extinta, o escândalo faz-se presente, e seu natural resultado dolorido é a progressiva instalação da ordem.
Enquanto uns se embaraçam nas consequências de seus atos, nós, cidadãos corretos, que não detemos nenhum poder perante a lei do homem, nos apresentamos frente a Deus como seus filhos respeitosos que buscam esmerar-se nas lutas individuais para o progresso moral.
Neste torvelinho de fatos e notícias, sofremos, mesmo que a distância, grandes solavancos emocionais. Então, exaustos de tantas loucuras ditas e praticadas, nos perguntamos: o que nos cabe fazer? A resposta nos vem do Evangelista João ao afirmar: olhe para você mesmo para que não perca seu trabalho. “Olhai para vós mesmos” quer dizer preste atenção em você mesmo, não julgue e muito menos culpe o outro por atos e fatos que são de nossa responsabilidade pessoal. É sempre muito bom relembrar que os fatos relevantes ocorridos em nossas vidas acatam, rigorosamente, a Lei de Causa e Efeito. Falhas cometidas em um passado próximo ou distante nos trouxeram ao exato local onde nos encontramos.
Nossa natureza físico/biológica é repleta de deficiências que conduzem às crises individuais e/ou coletivas. Esta fragilidade é compensada pela consistência espiritual.
Como duas asas que alçam os pássaros aos céus, nossa corrigenda ativa deve se equilibrar nas asas da emoção e da razão, orientando as escolhas mais íntimas e fazendo com que não nos esqueçamos dos divinos ensinamentos e não venhamos a complicar nosso futuro no presente. Sabemos que coisas e fatos aparentemente simples e insignificantes contribuem, fortemente, para a perturbação geral. Isso é tão real que o próprio Mestre Jesus ensina no Sermão do Monte o que foi perpetuado na oração do Pai Nosso: “Não nos deixeis cair em tentação…”.
Se há dificuldade hoje, se a colheita demonstra comprometimento, não vamos nos abater. Confiantes nos ensinos do Cristo, redobremos os nossos esforços, molhando todo o corpo com suor, se preciso for, mas não deixando que o mal e a desordem encontrem residência em nossos corações.
Assim vivendo, certamente, toda agitação e desordem à nossa volta não serão fortes o bastante para abalar a vida daquele que vive para livrar-se do mal, esforçando-se para não cair em tentação, semeando o bem-estar, a alegria e a paz.
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