Aprendendo a esperar


Por IRIÊ SALOMÃO DE CAMPOS, COMUNIDADE ESPÍRITA A CASA DO CAMINHO

28/05/2016 às 07h00

Em nossas vidas pessoais, podemos observar que todas as coisas importantes sustentam-se em bases sólidas. O carro que nos conduz ao trabalho apoia-se no combustível; a casa, nos alicerces; a escola dos filhos se garante na experiência do professor e assim também se expressam os sentimentos humanos. É fundamental reconhecer a necessidade da paciência para enfrentar os desafios diários com o maior equilíbrio possível. Assim preservamos a saúde orgânica e emocional. Ser paciente é um exercício diuturno, silencioso e quase nunca visto por quem nos acompanha.

O Evangelho ensina que a paciência é a virtude de suportar sem reclamações e queixas o esforço para vencer os incômodos. Paciência é uma força que também pode ser entendida como resiliência, essa virtude de suportar os incômodos e dores sem se deixar abater ou acomodar-se. É necessário compreender que devemos ter um devido grau de respeito, reverência e obediência para vencer nossos orgulhos.

Humberto de Campos narra a história das Três Arvores: “[…] a densa floresta, três árvores muito amigas e, em conversa, cada qual expunha seus planos para o futuro. Uma disse que sonhava ser utilizada para o trono de um governante. A outra, em ser o carro de transporte do maior tesouro do planeta, e a última queria ser a torre nos domínios do rei que indicasse o caminho do céu. Após alguns instantes, o mensageiro celeste desceu à floresta confirmando que o Pai recebera suas rogativas. Decorridos alguns dias, lenhadores inescrupulosos invadiram a floresta trazendo total devastação.

As plantas e flores vizinhas, atônitas, choravam, testemunhando a grande derrubada, os galhos e troncos arrastados trilha afora. Mesmo despedaçadas, elas, as grandes árvores, confiaram no Supremo que lhes enviara a mensagem. Resignadas, foram separadas umas das outras. A que sonhava ser trono de um rei acabou sendo talhada em um cocho de alimentação para animais. A segunda, em vez do sonhado transporte de tesouro, viu seus lenhos na construção de um barco de pesca, e a última que sonhava ser uma torre foi constrangida a um poste de tortura.

Décadas passadas, o cocho acolheu o pequeno nascido na manjedoura, o barco de pesca transportou o Messias pelo lago de Genesaré, aquela que sonhava ser a torre guia viu-se feito a cruz de onde o Cristo testemunhou o extremo sacrifício, tornando-se a luz do mundo”.

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