Do Brasil imaginário à realidade criminosa
O Governo, mesmo terminal, continua a utilizar métodos de comunicação à la “breaking bad”. Primeiro, foi a patafísica, que é a ciência das soluções imaginárias, em seus discursos, de forma orquestrada e estudada. A patafísica (não tem nada a ver com os patinhos da Fiesp) opera na desconstrução do real e a sua reconstrução no absurdo e foi criada pelo dramaturgo e escritor francês Alfred Jarry. Lula da Silva e a, ainda, presidenta (e) Dilma e sua “trupe”, capitaneados pelos seus marqueteiros, se tornaram doutores especialistas nessa “arte”, talvez até sem saber o que faziam (a patafísica existe e me foi apresentada por Ruy Castro, colunista da folha, e quem quiser conferir vá até a Wikipédia).
Na época da campanha eleitoral de reeleição da presidenta (e) Dilma, já se dizia que todos gostariam de viver no Brasil criado pelo PT: um país sem crises, sem déficits, alto índice de emprego, energia barata, gasolina com preço congelado por muito tempo, crédito à vontade, todo mundo com TV nova, e não havia mais ruas e estradas para tanto carro, todo mundo viajando, no sentido literal e “viajando” no outro sentido, nas ondas dos empréstimos consignados. Coisa desses mestres da patafísica: desconstruíram o Brasil real, possível, verdadeiro e o reconstruíram num espaço do absurdo, da ficção, da mentira, tudo em nome de um projeto de poder. O estelionato aplicado no seu grau mais elevado e sofisticado.
Pena que tudo isso era insustentável, e, no fim da estória, acabou dinheiro desmoronando o “Brasil do PT”, não sem antes prorrogar a farsa, artificialmente, até reeleger a presidente (a) Dilma.
Agora, depois de desnuda a trama, com o processo de impeachment da presidente (a) Dilma e seus marqueteiros indisponíveis (na cadeia), o discurso do Governo, embora continue a criar estórias inverídicas e as repetir com convicção, dessa vez, se baseia “apenas” na cartilha de Goebbels, o chefe da propaganda nazista, em pelo menos dois de seus princípios:
1 – Princípio da orquestração: “o conceito deve ser repetido incansavelmente, dito novamente e novamente sem fissuras ou dúvida. Se uma mentira é repetida o suficiente, torna-se verdade”.
2 – Princípio da vulgarização: “toda propaganda deve ser popular, adaptada ao nível do menos inteligente dos indivíduos a quem for dirigida. Quanto maior a massa para convencer menor deve ser o esforço mental para executar. A capacidade das massas é limitada, e eles mal a compreendem”.
Daí vem a “inteligente” campanha “Não vai ter golpe”, que serve para dizer que o impeachment não é um processo válido para um público que ainda acredita que o mundo deles ainda não acabou e que convirá, também, para que esse grupo derrotado saia do poder com uma imagem de “vítima”, numa tentativa de reabilitação mais rápida no futuro.
Sabemos que esse discurso da presidente (a) Dilma, dito com tanta soberba, é uma nova e grande tentativa de enrolação. O problema é que este contesta um processo legítimo, constitucional, garantido pelos poderes Legislativo e Judiciário e, com isso, soma mais crime, apresentado claramente, ao vivo e a cores.