O carnaval que nós queremos!


Por Sagrado Lamir David, médico e escritor

26/03/2019 às 06h42- Atualizada 26/03/2019 às 07h25

Estamos vendo e sentindo o retorno do carnaval a Juiz de Fora!

Excelente alternativa de uma lembrança que ainda hoje colore as mentes de antigos e também tradicionais carnavalescos.

Juiz de Fora, mais que tudo, por lembranças que jamais morrerão, merece o retorno – sem saudosismo, mas com respeito e memória criativa. Que esse retorno represente o renascimento de uma festa que sempre foi grandiosa em nossa cidade, de fato, ainda Princesa de Minas, ainda que perdendo a chancela de Manchester Mineira, mas sempre atraindo visitantes de todo o Brasil e até de outras partes do mundo.

Quem não se lembra do famoso sambista e dançarino de sambas, o famoso Jairo, a desfilar pelas ruas da cidade, com habilidades que nada deviam aos melhores sambistas cariocas?! Ou, em ritmo elitista, a desfilarem pela Rua Halfeld, nas famosas batalhas de confete, os também famosos Granfinos do Samba, dirigidos pelo famoso carnavalesco Jorge Schuery?! E não se esqueçam do Zé Kodak com sua famosa Banda Daki.

Figuras da chamada elite juiz-forana, em demonstração de plena democracia, se associavam a cidadãos mais humildes, se igualando pelo apelo mais do que democrático: o samba.

E põe fogo nisso…

E lá apareciam também, alegres e participativos, figuras tradicionais, como a dupla Lambari e Noronha, com físicos muito diferentes, mas com a igualdade democrática que só a música permitia naqueles famosos desfiles, onde todos eram iguais pelo ritmo, pela vibração e pela igualdade humana e sentimental, superando toda aparente – aparente mesmo – diferença racial, de cor, de ideologia, de religião, que sempre trouxeram os problemas que ainda hoje marcam nossa humanidade?!

Que batam os tamborins, que cantem os sambistas, que desfilem as escolas, que vibrem os juiz-foranos e turistas, todos dentro do espetacular retorno ao que desejamos que receba o também espetacular nome de Civilização do Samba na eterna e imbatível Princesa de Minas. Estamos aí!

E, principalmente, que coisa alguma de interesse político, materialmente lucrativo, ou até mesmo religioso, interfira nos brilhantes relacionamentos humano, social e afetivo que comprovam, cada vez mais, a índole desse nosso povo, miscigenado pela cultura pacífica e formadora da verdadeira e exemplar democracia verde-amarela.

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