Cuidado paliativo, você já ouviu falar sobre isso?
Nas últimas décadas no Brasil, vem ganhando força, mesmo que ainda muito discretamente, o movimento paliativista. Mas o que seria esse tal cuidado paliativo, ou, no plural, cuidados paliativos? Não se trata de nada tão novo assim! Começou na década de 1960 na Inglaterra com o empenho de Cicely Saunders, médica/enfermeira/assistente social, considerada a fundadora do movimento paliativista moderno.
Cuidado paliativo significa um modo de cuidar/tratar/intervir/amenizar as diversas formas de manifestação do sofrimento humano decorrente de doenças crônicas, avançadas e em progressão (as doenças já sem cura, seja o câncer ou outras doenças não oncológicas em estágios de evolução avançados). É um trabalho sempre desenvolvido por uma equipe multiprofissional, ou seja, composta por diversos profissionais da área de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, orientadores espirituais, etc.), em trabalho harmônico, objetivando sempre a melhoria da qualidade de vida do paciente e de suas famílias e seus entes queridos.
Sim! O cuidado paliativo é uma forma de tratamento! Um tratamento em que o foco do cuidado deixa de ser a doença e passa a ser o doente e sua família! Cuida-se da vida enquanto ela existir! Não é um cuidado voltado apenas para quem “está morrendo”, como muitos ainda pensam! É um cuidado que não abandona o doente quando o tratamento que modifica sua doença perde o efeito! A Organização Mundial da Saúde (OMS) coloca o cuidado paliativo como um direito humano…
Mas infelizmente, no Brasil, incluindo Juiz de Fora, e em diversos países do mundo, a grande maioria das pessoas que necessitam ainda não tem acesso a essa modalidade de cuidado. Essas pessoas morrem em franco sofrimento (com dor e outros sintomas que poderiam ser amenizados)! Falta conhecimento, falta investimento, falta, principalmente, a consciência de que o morrer e a morte são etapas do ciclo da vida, tanto quanto o nascer.