Trump derrota Murphy?!


Por Tribuna

25/11/2016 às 07h00

Sagrado Lamir David

médico e escritor

Edward Aloysius Murphy, capitão da Força Aérea Americana, em 1949, criou sua famosa lei, na qual afirma que “de onde menos se espera é que nada acontece!”. E tal lei, lá nos States, país de pensamento pragmático e objetivo, onde Lincoln implantou o modelo mais correto de democracia, essa própria democracia, em seu caminhar lento, seguro e afirmativo, demonstrou que, muitas vezes, as aparências enganam! Que, às vezes, ela própria, democracia, pode se vestir de tirania para se confirmar como governo do povo, pelo povo e para o povo!

Vejam a recente e inesperada vitória de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos. Tudo isso é democrático, por pior que seja a aparência ditatorial do vencedor.

Mas olhem como ocorreram as coisas:

1) Os discursos pré-eleitorais de ambos, um para o outro, Trump e Hillary, se caracterizaram por verdadeiras ameaças pessoais, de caráter, a atingirem o âmago moral e existencial de cada um, além das diferenças políticas, ideológicas e partidárias entre eles, inclusive permitindo que supostos preconceitos fossem superados até pelos eleitores, em estados altamente comprometidos com cada um, mas cujos cidadãos, diferenciados pela alta visão liconlniana, contrariaram as aparências, em nome da própria democracia!

E agora, José? Como Drummond diria se estivesse aqui! Eu, em lugar dele, cidadão brasileiro, mas que conhece o “feeling” da política de lá, onde mostram a própria sujeira a todos, antes que descubram, pois confiam que eles mesmos irão limpá-la, ao contrário de certos países, que acumulam suas sujeiras debaixo de tapetes cada vez mais altos…

O que podemos concluir de tudo isso?!

1) Que as instituições de lá, como sempre, saberão o que fazer, caso seja necessário: lembram-se de Nixon?

2) O partido democrático, ao contrário, não tem acompanhado o cidadão, em sua profunda evolução de ter consciência de que o governo é do povo, pelo povo e para o povo!

3) O próprio Trump – o que mostrará seu caráter democrático -, como já começou a fazer em seu discurso de vencedor, reforçado pelos democráticos cumprimentos de Hillary, assumirá as rédeas do governo, consciente, como bom e inteligente cidadão, de que estará sendo altamente fiscalizado e submetido a todas as regras que controlam, acima de partidos, políticos, religiões e até economistas, a visão democrática altaneira do saudoso e insuperável “Abe”!

E, como ele, para terminar, eu diria: “I have spoken!”.

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