No entrelaçar do tempo


Por Denise Pereira Rebello, Comunidade Espírita A Casa do Caminho

25/10/2019 às 21h00

Vendo Jesus a multidão, subiu ao monte; sentou-se, e aproximaram-se dele seus discípulos, aos quais ensinou as bem-aventuranças, falando-lhes da humildade, da mansidão, da justiça e da misericórdia, mostrando aos homens que no mundo há tristezas, mas há alegrias; há dores, seguidas de consolações. O Mestre afirmou que o Reino dos Céus é dos humildes de espírito; que aqueles que choram serão consolados; que a mansidão e a pureza de sentimentos aproximam o homem de Deus; que são bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.

Os tempos de ontem, de hoje e de amanhã se entrelaçam num contínuo de ações e reações. As aflições continuam surpreendendo os seres na Terra, quando distanciados da verdadeira razão da vida. Os sentimentos que moviam os homens, seus desejos e suas relações com o próximo no passado, de certa forma, permanecem os mesmos. Hoje, amanhã ou depois, a dor visita as almas. Neste mundo, onde viemos progredir, a dor parece ser a sentinela avançada a nos despertar para o crescimento.

Mas se os sofrimentos ainda nos assaltam, o Senhor nos proporciona esperança, concitando-nos à vivência do amor e do perdão e ao ajuste de sentimentos e conduta aos padrões de seu Evangelho. Fundamental se faz, portanto, superar o imediatismo, com o qual, em geral, a humanidade enxerga a existência e faz suas escolhas, a fim de compreender que, desde a vinda de Jesus, as lições se repetem, assim como também as consolações prometidas pelo Mestre de Nazaré.

Do alto do monte e diante das desventuras humanas, Jesus ensinou à multidão os meios de conquistar a verdadeira felicidade. A todos recomendou resignação nas adversidades, mansidão nas lutas da vida e pureza de sentimentos, dando-nos forças para ultrapassar nossas próprias fraquezas.
Esclarecendo-nos sobre a eternidade do espírito, através das sucessivas reencarnações, e reafirmando as lições divinas, a Doutrina Espírita ilumina as decisões do homem, que busca, então, resignar-se na tristeza e moderar-se na alegria, entendendo que o paraíso deve ser edificado em si mesmo todos os dias, através de olhar mais amplo para a vida, retificando pensamentos, palavras e atitudes.

Que caminhos o homem vem escolhendo no decorrer dos séculos? Que princípios norteiam nossa vida hoje? Que sentimentos nos movem diariamente? Reflitamos sobre essas indagações, cujas respostas estão em nossa alma, para que façamos bom uso do tempo e das oportunidades de progresso, buscando trilhar o caminho que Jesus nos apontou, eliminando as arestas de nossa personalidade, crescendo em sentimentos cristãos e iluminando-nos, a fim de que o nosso hoje laborioso se converta num amanhã de vitórias, na certeza das palavras do Cristo: “Buscai, acima de tudo, o Reino de Deus, e a sua justiça e todas essas coisas ser-vos-ão acrescentadas” (Mateus, 6:33).

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