Custos da integração aérea regional


Por JOSÉ ELOY DOS SANTOS CARDOSO, JORNALISTA

25/08/2016 às 07h00- Atualizada 25/08/2016 às 07h59

Juscelino Kubitschek foi a autoridade que inaugurou o Aeroporto Francisco Alvares de Assis, o popular Serrinha, em Juiz de Fora. Se vivo fosse, iria ficar horrorizado ao ver uma empresa mineira do Governo como a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) financiar R$ 20 milhões para uma empresa aérea de pequenos aviões possibilitar, por algum tempo experimental, que alguns turistas e empresários aventureiros fizessem viagens aéreas para municípios do interior do estado.

Os voos do Projeto Integração Regional de Minas Gerais – Modal Aéreo (Prima) já foram iniciados. Ligarão Belo Horizonte (Pampulha) às seguintes cidades: Curvelo, Diamantina, Divinópolis, Juiz de Fora, Muriaé, Patos de Minas, Ponte Nova, São João del-Rei, Teófilo Otoni, Ubá, Varginha e Viçosa. O avião a ser usado é o pequeno monomotor Cesta Grande Cara van 208B que acomoda nove passageiros.

O primeiro problema existente é o custo de R$ 600 por passageiro, valor do qual a Codemig irá subsidiar, em média, R$ 300. Para Juiz de Fora, será cobrado o preço de R$ 450. O restante fica por conta do subsídio. O segundo problema é o que os economistas costumam chamar de custo de oportunidades, que são custos que ocorrem não por fazer alguma coisa mas por deixar de fazer outras.

A Codemig ganha muito dinheiro obtido pelas porcentagens das exportações de nióbio de Araxá. Entretanto, o que se comenta nos bastidores é que ela é hoje uma empresa de mineração, ao contrário de ser uma empresa de desenvolvimento econômico. Colocar dinheiro em promoção do turismo no lugar de promoção do desenvolvimento industrial é o que os economistas estão comentando. A justificativa é discutível.

Se o Aeroporto da Serrinha é inviável tecnicamente falando para aviões de médio e grande portes, sempre foi viável para aviões executivos ou de pequeno porte. O Cesta 208 transporta nove passageiros. Os comentários jocosos dos leitores da Tribuna têm razão e sentido. Será que Juiz de Fora está diminuindo de importância e tamanho? Fica aqui esse dilema…

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