DemĂȘncia na Doença de Alzheimer
Por SĂ©rgio Fonseca, Neuropsicogeriatra
O dia 21 de setembro Ă© mundialmente dedicado Ă conscientização sobre a DemĂȘncia na Doença de Alzheimer. HĂĄ 110 anos, Alois Alzheimer, pela primeira vez, apresentava Ă comunidade cientĂfica o estudo que fez com sua cliente, a sra. Augusta Deter, revelando uma doença degenerativa, progressiva e irreversĂvel, que em 1911 recebeu o seu nome no cĂ©lebre tratado de psiquiatria de Emil Kraepelin. Mais de um sĂ©culo se passou, e sua contribuição cientĂfica ainda Ă© considerada um marco fundamental para o diagnĂłstico da doença.
Embora com todo o conhecimento que se tem em nossos dias, podemos dizer que ainda Ă© uma doença pouco reconhecida e, muitas vezes, nĂŁo recebe o tratamento hoje disponĂvel. A Doença de Alzheimer tem como o seu primeiro fator de risco a idade, fator este que jĂĄ mostra uma significativa melhora na qualidade de vida das pessoas, mas traz consigo o risco das doenças demenciais. A DemĂȘncia secundĂĄria Ă Doença de Alzheimer Ă© a forma mais comum encontrada na população idosa, em que uma em cada nove pessoas com 65 anos de idade ou mais tem a Doença de Alzheimer.
Algumas perguntas, ainda hoje, permanecem sem respostas concretas, como: eu vou ter Doença de Alzheimer? Esta doença tem cura? Atualmente, as drogas disponĂveis para o uso na doença sĂŁo capazes de reduzir a velocidade de piora do quadro clĂnico, com isso, reduzindo tambĂ©m a carga de trabalho dos familiares e cuidadores. Da avaliação clĂnica jĂĄ dispomos de algumas ferramentas que nos ajudam a firmar o diagnĂłstico em possĂvel, provĂĄvel e definitivo.
Um dos primeiros sinais e sintomas da Doença de Alzheimer Ă© o esquecimento para situaçÔes e eventos recentes, evoluindo concomitantemente com alguma dificuldade no exercĂcio de suas atividades mais complexas, como gerenciar conta bancĂĄria, fazer compras sem acompanhante, ser capaz de compreender o conteĂșdo de um programa e/ou o tema de uma mensagem, lembrar de compromissos futuros e outras situaçÔes que exigem um maior nĂvel cognitivo para a sua realização.
A questĂŁo-chave Ă©: como fazer para diminuir as chances de vir a desenvolver essa doença? Um trabalho apresentado no Ășltimo congresso da Alzhemer’s Association International Conference 2017, em Londres, focou algumas condutas que, no conjunto, podem reduzir a incidĂȘncia da doença na população em 35% nos prĂłximos anos, tais como o nĂvel de escolaridade, o controle da hipertensĂŁo arterial, da obesidade, da perda auditiva, da doença depressiva, do diabetes, da inatividade fĂsica, do tabagismo, alĂ©m de se enfrentar a pouca participação social. Esses fatores sĂŁo passĂveis de serem adotados, com isto, contribuindo para reduzir a possibilidade da instalação da doença.
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