Lamento em verde, amarelo e… vermelho


Por PAULO CESAR DE OLIVEIRA, JORNALISTA E DIRETOR-GERAL DAS REVISTAS VIVER BRASIL E ROBB REPORT

20/04/2016 às 07h00- Atualizada 20/04/2016 às 08h44

Lamento não pela queda da Dilma, não pelos esquemas de desvios e propinas empresariais e políticas que acontecem desde os tempos do Império e agora foram expostos ao povo brasileiro. Lamento não pela decepção quanto à “ética” da esquerda e do PT, manchada, devendo ser impiedosamente punida. Lamento pela forma inconstitucional na qual apoiou-se a “derrubada”.

Lamento pela democracia ou, neste momento, pela falta dela. Lamento não pela incompetência da “presidenta”, já notória, lamento o impedimento sem crime verdadeiro. Lamento mais ainda pelos 40 milhões de brasileiros que saíram da linha da pobreza nos últimos 13 anos… E saíram mesmo, todos os órgãos internacionais apontam isso. Em 500 anos de Brasil, isso nunca havia acontecido.

Não lamento por quem do PT, do meio político e empresarial, que já foi e ainda vai para a cadeia. Tem que ir mesmo! Lamento que as políticas sociais venham a mudar, e que as “pedaladas”, daqui para a frente, voltem a beneficiar as classes mais favorecidas, e não a classe verdadeiramente pobre deste país. Lamento não por esse momento representar um avanço na consciência política-cidadã do povo brasileiro.

Lamento que grande parte dos que defenderam o “golpe”, que foram para as ruas, e, principalmente, usaram covardemente as redes sociais tenha o “rabo preso” com pequenos desvios e propinas no seu dia a dia, e até maiores, como os das grandes construtoras já acusadas, algumas investigadas, outras condenadas. Lamento não pela saída de cena da “esquerda” do poder, lamento pela entrega, antidemocrática, a Temer e a Cunha.

Contudo, temos a chance, acredito eu, mais uma vez, de crescer com essas “dores”. Mas a “onda” de investigação, delação, processo e punição deve continuar. E os financiadores da corrupção – grandes empresários – e os fomentadores – políticos – devem ser delatados, processados, condenados… Mas, diferentemente do que aconteceu ontem, espero que seja no rigor da lei.

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