A Inteligência Artificial no combate ao crime organizado
“A IA aprendeu rápido e faz uso da sabedoria orgânica de milênios.”
No ano passado, inspirado pela reportagem especial do TM sobre as aplicações da Inteligência Artificial em nossa sociedade, submeti neste espaço a crônica ficcional “Psicoterapia dos Algoritmos”. Desta vez, esse artigo tem, de fato, a coautoria de algoritmos de Inteligência Artificial (IA) como ferramenta de análise imparcial sobre uma das principais preocupações contemporâneas de nossa sociedade: qual seria a melhor estratégia de combater o crime organizado e, consequentemente, a melhor forma de legislar sobre essa mazela?
Lamentavelmente, o antagonismo político está tão exasperado em nossa sociedade que estamos refém de sofismo, ou seja, situação em que argumentos de pares da orientação ideológica moldam uma verdade, mas não necessariamente é aquela que seria a mais segura e eficaz para aprimorar nossa legislação. Assim, fazendo uso do processo dialético apresentei 3 quesitos para a IA objetivando formar meu juízo. Vejamos: 1. O crime organizado contemporâneo tem abrangência local ou supera os entes federativos no Brasil? 2. Qual deve ser a priorização de fortalecimento, integração e coordenação das forças públicas de segurança para este combate? 3. O que internacionalmente qualifica terrorismo e quais seriam os riscos latentes da eventual equiparação ao crime organizado na legislação brasileira?
Eis a resposta da IA: “O crime organizado no Brasil atua em rede, ultrapassando fronteiras estaduais e nacionais, com presença em todos os entes federativos e conexões internacionais. Diante disso, o enfrentamento mais eficaz exige integração entre forças federais, estaduais e municipais, com compartilhamento de inteligência, interoperabilidade de sistemas e coordenação estratégica — sem abrir mão da autonomia local. A proposta de equiparar facções criminosas ao terrorismo, embora busque endurecer o combate, representa um risco técnico e jurídico: terrorismo tem motivação política e ideológica, enquanto o crime organizado visa lucro. Essa equiparação pode gerar sanções internacionais, afetar a soberania nacional e abrir brechas para abusos legais. O caminho mais seguro é fortalecer a legislação específica contra o crime organizado, com foco em cooperação institucional, proteção de garantias constitucionais e inteligência integrada”.
Como percebido, a IA aprendeu rápido e faz uso da sabedoria orgânica de milênios: “A virtude não está nos extremos, mas no caminho do meio”. Agora, independentemente de suas bandeiras ideológicas e da pequenez de projetos individuais de poder, só falta nossos políticos compreenderem a lógica e, ato contínuo, legislarem assim a benefício da sociedade.
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