Será que estamos usando o tempo a nosso favor?
Nosso país tem andado intolerante, sem paciência, sem respeito, sem solidariedade, sem amor e, principalmente, sem união. Como explicar esse mix de falta de tudo na nossa sociedade nos dias de hoje? Seria por causa do mundo cão em que vivemos ou por simples perda dos princípios básicos da vida? A resposta, talvez, esteja nos nossos jovens, mas são eles os mais prejudicados pelo sistema. Como cobrar tolerância, paciência, respeito, solidariedade, amor e união de uma juventude refém da falta do Estado? Como cobrar de alguém algo que não se tem?
Nossa juventude encontra-se perdida por aí. Talvez a encontremos no meio das drogas, do álcool, da prostituição, ou seja, em qualquer outro meio que faça com que os jovens se percam no tempo. Tempo que muitos deles não conseguem nem apreciar, pois encerram suas trajetórias na vida de forma brutal. Talvez, um Estado mais presente contribuiria para uma sociedade melhor, menos amarga, menos deprimida e menos pressionada. Será que podemos dizer que nossa juventude encontra-se na UTI de um hospital? Senão, está quase lá.
A intolerância está enraizada no nosso dia a dia. Tudo é motivo para ficarmos irritados; basta o ônibus que você está esperando no ponto atrasar um minutinho e, pronto, o mundo já acabou. Sabemos que o trânsito nas grandes cidades é lamentável, mas ficar estressado pelo atraso do ônibus vai mudar a visão dos nossos políticos e vai fazer com que o coletivo chegue ao seu destino no horário? Nem precisamos pensar na resposta. Então, para que acumular irritações ao longo do seu dia? Essas situações vão te levar apenas a uma sala de um psicólogo, com, no mínimo, uma depressão. Se não temos tolerância com determinadas situações corriqueiras, a falta de respeito vem em seguida, pois deixamos, na maioria das vezes, nos levar pelo estresse, e, quando paramos para pensar, alguém já foi vítima da nossa falta de sensibilidade em saber que o problema, na maioria das vezes, é nosso. Mas a melhor saída não é ser passivo e, sim, buscar ações conjuntas e forçar políticas públicas que melhorem determinados serviços, como o transporte, por exemplo.
Nosso país e o mundo clamam por mais solidariedade, por mais respeito ao próximo, por mais amor no coração, por mais sorrisos no rosto e, principalmente, por um povo mais unido. Por que não levar a vida com mais amor? Quando estamos apaixonados, tudo fica mais leve. Em uma época em que tudo é instantâneo, automático, descartável, não sobram espaço e vontade para esperar. O homem nutre paixão pela velocidade. Quanto mais rápido, melhor! E o que ganhamos com isso? Preocupação, estresse, desorientação, angústia, frustração, impaciência e medo.
Não conseguimos nos desligar; nossos dias são acelerados. Para muitos, 24 horas não são suficientes. Cabe a nós dar o tom em nossa vida; saber o limite da nossa velocidade; saber o que realmente importa e, principalmente, avaliar se estamos repartindo o nosso tempo de forma justa para atender a nós mesmos.