O inconcebível imbróglio da BR-440


Por Tribuna

18/08/2016 às 07h00- Atualizada 18/08/2016 às 08h45

Juiz de Fora, em hipótese alguma, pode deixar de reverenciar a memória do nosso saudoso prefeito Mello Reis. Sem dúvida, um visionário, que sempre enxergou a cidade de forma avançada com vistas ao futuro. São inúmeras as suas grandes realizações, sem as quais a cidade, do nosso tempo, teria, há muito, sucumbido. Na verdade, desde a sua extraordinária e competente gestão administrativa, nada, ou quase nada, foi realizado para melhorar e modernizar Juiz de Fora, e lá se vão mais de 30 anos.

O projeto da BR-440, originalmente por ele concebido para ligar a BR-040 à BR-267, é único e não admite modificações, sobretudo, pela relevância de seus objetivos, diretamente ligados às condições de mobilidade urbana de toda a área onde se encontra, com reflexos em quase toda a cidade. Mas isso só não enxerga quem não quer.

Nesse sentido, pode-se dizer, é um absurdo a pretensão de transformar aquela caríssima obra inacabada em “área de lazer”, ou numa via capenga, com a estranha finalidade de ligar a BR-040 ao Campo do Nova União, inclusive, excluindo-se dela o tráfego de caminhões. Tal medida seria mesmo desvirtuar todo o projeto original e seu objetivo para, finalmente, “ligar o nada a lugar algum”. Pior, prosseguir nesse intento seria contribuir ainda mais para criar sérios problemas de trânsito para toda a Cidade Alta e o seu entorno.

Lamentavelmente, certas medidas nos parecem eivadas de cunho eleitoreiro. Provavelmente, um tiro que poderá sair pela culatra, já que deformam completamente os propósitos dessa importante e necessária obra viária, que se destina a ligar duas importantes rodovias que cortam Juiz de Fora.

O projeto da BR-440, dentre outras finalidades, possibilita a redução do perigoso e indesejável tráfego pesado que passa pela área central da cidade. Obviamente, decisões desse cunho não somente contrariam os interesses da maioria da população como mantêm a cidade nesse permanente estado letárgico, que impede que a modernidade bata à nossa porta.

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