Fiscalização eletrônica do trânsito: proteção à vida!
Segundo Luiz Flávio Gomes, jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil, o Brasil é o quarto país do mundo com maior número de mortes no trânsito, ficando atrás somente da China, da Índia e da Nigéria.
A OMS estima que 90% das mortes que ocorrem no trânsito acontecem em países em desenvolvimento, entre os quais se inclui o Brasil. Isso significa que é preciso investir muito em educação e fiscalização.
Aqui, principalmente nas rodovias, os acidentes de trânsito fazem, por ano, entre 55 e 60 mil vítimas fatais. São mais de 400 mil feridos, muitos deles, mutilados para sempre. Estudo inédito do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), da Escola Nacional de Seguros, estima que, só no ano passado, o prejuízo com a violência no trânsito foi de R$ 146,8 bilhões, ou 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Andréia Barbosa Gonçalves, em sua dissertação de mestrado em engenharia de transportes pela Universidade de Brasília, de julho de 2011, diz que “os acidentes viários são apontados como uma das principais causas de morte no mundo. Isso justifica a importância que tem a segurança viária e como ela deve ser almejada tanto na fase de projeto como na operação da via. A velocidade operacional tem sido utilizada para avaliar a velocidade percebida pelos usuários como segura, quando o deslocamento dos veículos é condicionado apenas pela situação do projeto da via, sendo possível por meio da mesma avaliar a consistência geométrica e definir limites de velocidade, contribuindo para a melhoria da segurança viária”.
No que se refere às rodovias, velocidade de projeto é a velocidade diretriz, que é a máxima velocidade que um veículo pode manter em determinado trecho, em condições favoráveis de tempo e tráfego, sem exceder a velocidade diretriz.
Num país de imprudentes que não se educam, nem respeitam as leis de trânsito, a fiscalização eletrônica das vias é fundamental. Não existe aqui a tal “indústria de multas”, mas sim a verdadeira “indústria de infratores”. São irresponsáveis que ousam trafegar nas rodovias a absurdas velocidades superiores a 180/200 quilômetros por hora e arriscam ultrapassagens em locais proibidos, pessoas que ingerem bebidas alcoólicas e dirigem, colocando em risco a segurança viária, comportamentos que devem ser exemplarmente punidos. Mesmo diante de toda essa tragédia, diz o Governo que pretende retirar das rodovias os radares e as lombadas eletrônicas, atitude altamente reprovável e irresponsável, sobretudo se considerarmos os números apresentados no início deste artigo. A impunidade é um retrocesso de drásticas consequências!