E a água da chuva está indo toda embora


Por VANDERLEI TOMAZ, COLABORADOR

17/02/2016 às 07h00- Atualizada 17/02/2016 às 08h36

É um absurdo o que acontece hoje em clubes e escolas de Juiz de Fora com quadras de esportes cobertas. O que se perde em possibilidade de armazenamento da água da chuva nesses espaços é impressionante. Tem chovido muito nesses últimos dias. Bastaria menos de um dia para encher um reservatório de uns dez mil litros se a água que desce da cobertura de uma quadra tivesse sido toda direcionada para ele. É preciso pensar em se fazerem adaptações nessas quadras (ou mesmo nas calhas dos prédios escolares), reconduzindo esta água que, hoje, corre pelos canos e se desperdiça nas ruas.

Imagino uma caixa suspensa ao lado de uma quadra em uma escola. Nela, cairiam os canos que vêm da cobertura. Seria feito um ladrão para o excesso. Da caixa suspensa partiria um outro cano com uma torneira embaixo. Assim, a água desceria por gravidade até a torneira. Dela, sairia a água necessária para molhar jardins e hortas, lavar pátios, salas, banheiros e corredores, ou mesmo poderia ser feita uma adaptação que levaria esta água para as descargas dos sanitários.

Por todo o país, surgem leis que obrigam os novos projetos de construção a adotarem um sistema de aproveitamento da água da chuva. Juiz de Fora também tem a sua. Mas e as antigas construções? Podem e precisam ser adaptadas. E logo.

Mas é preciso avançar mais. Avançar estipulando um tempo para que estes lugares com grandes coberturas façam as adaptações necessárias para este tipo de aproveitamento. É para ontem.

Tivemos uma estiagem histórica em 2015. Nossas represas alcançaram os seus piores níveis. Os rodízios permanecem em toda a cidade. Nunca tivemos um racionamento tão prolongado, mas foi prudente e necessário fazer isso. Para o bem da cidade e para ser garantido o consumo de todos.

E o que foi feito no tempo da seca para reservar a água da chuva que viria depois? Passaremos um verão chuvoso, e a água que deveria ter sido reservada seguiu rua afora, se perdendo em direção ao Paraibuna. Que pena! Ah, dó!

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