A Quarta Revolução Industrial
A Primeira Revolução Industrial ocorreu aproximadamente entre 1760 e 1840 – época da construção de ferrovias e do uso da máquina a vapor. Era o início da produção mecânica. A Segunda Revolução Industrial se deu a partir do final do século XIX até aproximadamente a metade do século XX. Foi marcada pelo advento da eletricidade e da linha de montagem, destacando-se pela produção em massa. Foi seguida por uma revolução, também conhecida como digital, impulsionada pelo desenvolvimento dos semicondutores e da computação, entre as décadas de 1960 e 1990.
Hoje, as profundas transformações e a escala do impacto, sobretudo na área da tecnologia, sugerem que podemos estar entrando na “Quarta Revolução Industrial”, – também chamada de Indústria 4.0 (tema do Fórum Econômico Mundial de 2016, realizado em Davos, na Suíça). As novas tecnologias estão fundindo os mundos físico, digital e biológico, criando grandes promessas, muitas das quais já são realidade. Estamos na era dos veículos autônomos, das moedas digitais, da impressão em 3D, da robótica avançada e dos novos materiais, cada vez mais leves, fortes, recicláveis e adaptáveis. Os sinais de um novo tempo são cada vez mais claros e impactantes. A escala da atual revolução tecnológica já está se desdobrando em mudanças econômicas, sociais e culturais em proporções jamais vistas:
O Uber, maior empresa de táxi do mundo, não possui um veículo.
O Facebook, proprietário de mídia mais popular do mundo, não cria conteúdos.
O Alibaba, varejista mais valioso do mundo, não possui estoques.
O Airbnb, maior provedor de hospedagem do mundo, não possui imóveis.
Esses são apenas alguns exemplos. São visíveis, em diversos setores, benefícios como a redução de custos, o aumento da produtividade, melhores resultados ambientais, maior integração e facilidade de comunicação, maior precisão da informação etc. Falando em informação, estima-se que, em meados da década de 2020, 90% das notícias poderão ser geradas por algorítmico; a maior parte delas sem qualquer intervenção humana. Na China, uma casa inteira foi construída usando uma impressora 3D, sem a necessidade de operários. Nos Estados Unidos, algumas funções dos advogados já são realizadas por softwares que analisam um grande volume de documentos em segundos e, inclusive, sugerem decisões a ser tomadas. Na medicina, robôs já fazem o diagnóstico de doenças e realizam cirurgias, substituindo o trabalho do médico.
Por outro lado, tais transformações também geram preocupações: como ficará o mercado de trabalho? Haverá aumento de desigualdade entre países ricos e pobres? E quanto à segurança geopolítica? Essas são perguntas que ainda não podem ser totalmente respondidas.
De qualquer forma, esse novo tempo é um caminho sem volta, e seus impactos positivos e negativos podem ser infinitamente maiores. Como disse certa vez o professor alemão Klaus Schwab: “A Quarta Revolução Industrial poderá robotizar a humanidade e, portanto, comprometer as nossas fontes tradicionais de significado – trabalho, comunidade, família e identidade. Ou, então, caso seja criada de forma ágil e responsável, poderá dar início a um novo renascimento cultural que irá permitir que nos sintamos parte de algo muito maior que nós mesmos – uma verdadeira civilização global”. Quem viver verá!