Os 30 anos do Festival Internacional
O que deveria ser uma grande comemoração merece uma reflexão.
O Festival Internacional de Música Antiga e Colonial de Juiz de Fora, esse importante evento que sempre pesquisou e divulgou a música colonial brasileira e colocou Juiz de Fora definitivamente no cenário musical do país, trocou de mãos há alguns anos: da família Souza Santos passou para o Departamento de Música da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Sem dúvida, é preciso reconhecer que a permanência do festival tem sido um grande esforço de abnegados professores. Mas vamos aos fatos:
1- A divulgação do evento tem sido feita em cima da hora. Isso limita – e muito – a frequência de estudantes de todo o Brasil, que precisam se programar para estarem em Juiz de Fora. Prejudica o festival, os hotéis, os restaurantes, etc.
2- Com a diminuição de duas para uma semana, os estudos, as vivências e a programação ficaram mais limitados. O festival faz parte do calendário oficial da cidade, e, por conseguinte, a cidade deveria também estar envolvida. Uma comissão permanente, envolvendo a comunidade, em conjunto com a UFJF, poderia agendar e divulgar datas com antecedência, obter patrocínio via lei de incentivos, entrar em contato com embaixadas para trazer grupos estrangeiros, manter notícias permanentes do evento, etc.
Um festival como esse exige mais do que vem sendo feito para voltar a ocupar o seu lugar no mundo musical. O que estamos comemorando nesses 30 anos? Somente a permanência do festival? Não, comemoramos a herança cultural que Juiz de Fora frutificou para a música e para o Brasil.
Porém é necessário mais comunicação e organização. Isso se faz somente com mais pessoas envolvidas. O festival é uma conquista que sempre pode se renovar. Juiz de Fora é cercada de músicos por todos os lados…