Nilza foi para Deus
Essa coluna vem sendo publicada há 52 anos, completados em janeiro passado. Durante Concílio Vaticano II (CVII), o hoje monsenhor Miguel Falabela de Castro convidou membros da Ação Católica (AC) para escrevê-la. O protagonismo de leigos que começava a transformar a Igreja levou o monsenhor a entregar a leigas essa tarefa.
Leda Schmidt de Andrade, sua irmã Marília Schmidt de Araújo e Maria Vicentina Pinto de Moura, e pouco depois viria se juntar a elas Nilza Nardelli Monteiro de Castro. A origem das precursoras (AC) levou para a coluna a metodologia do Ver-Julgar-Agir, característica da AC. Ver as realidades. Julgá-la, com o critério da Palavra de Deus e dos ensinamentos da Igreja. Corrigi-las com o agir cristão. Esse grupo que continuou a AC na Renovação Cristã do Brasil transbordou da coluna e constituiu-se numa atividade apostólica que influenciou gerações de cristãos, leigos e leigas que tiveram importante papel na Igreja local, nacional e até na Igreja espalhada pelo mundo. Ao seu tempo, Deus as foi levando para Si. No último dia 5, Deus, enfim, levou Nilza, deixando para nós, seus discípulos, além da saudade, uma responsabilidade enorme: substituir pessoas insubstituíveis. Por sorte, contamos agora com sua intercessão poderosa junto a Deus para fortalecer nossa caminhada. Cabe a nós agora manter vivas algumas das muitas posturas de Nilza que não cabem nesse espaço:
Temos que ser, como ela, testemunhas extremadas de Cristo Ressucitado. Com a mesma alegria e constância com que ela era. Na sagrada liturgia, tão amada por ela, mas também nos diversos ambientes em que vivemos, honrando a missão que com ela aprendemos de evangelizar nossos ambientes, onde com frequência só leigos estão. Nas nossas famílias, como ela amava e evangelizava os seus. Levando aos nossos familiares a “alegria do Evangelho”, coisa que ela sempre testemunhou antes da encíclica de Francisco.
Carregando, como Nilza, diuturnamente, um amor ardente por nossa Igreja, que não nos impeça de amar da mesma forma nossos irmãos não católicos com a mesma intensidade, para completar o desejo de Jesus “que todos sejam um”! E, principalmente, viver de maneira radical a caridade como ela e as demais queridas precursoras viveram. Cuidando dos mais necessitados e transformando o mundo. Nada melhor para vivermos o presente Jubileu. E que a comunhão dos santos nos mantenha em convívio com elas. Elas no céu e nós aqui, lutando por um mundo melhor para a glória de Jesus ressuscitado e da Trindade Santa.