O público e o privado
Desde a Roma antiga, a distinção entre público e privado já era perceptível em dois ambientes do cidadão comum: o jardim e a praça. O jardim, como ambiente interno na domus, e a praça como ambiente de congregação. Traçando um paralelo entre esses dois espaços, podemos perceber a tragédia no cenário político nacional.
Dilma pedalou até o último dia de seu Governo, enquanto outros, por omissão do Poder Público, não irão pedalar nunca mais. Os políticos invocam suas credenciais e foros privilegiados, com nomeações sob suspeição, olvidando-se que o trabalho por eles desenvolvido é mantido por cada centavo do contribuinte.
Chegamos ao ponto de uma professora fazer suas necessidades fisiológicas sob aplausos em praça pública na defesa de seu partido, enquanto outros disparavam cusparadas como mecanismos de agressão.
Os mosquitos continuam circulando livremente no espaço aéreo nacional, enquanto a “primeira-dama” do exonerado ministro do turismo fez do gabinete ministerial um cenário para suas fotos pessoais e comentários privados nas redes sociais.
Em momento de profunda crise, alguns políticos ainda pensam se irão ou não compor o novo Governo, mais preocupados com o reflexo no próximo pleito do que salvar um país que agoniza com um rombo fiscal próximo de R$ 100 bilhões.
Michel assumiu e não há o que temer. A grande vantagem do sistema democrático é que os políticos que são eleitos poderão ser retirados por aqueles que os elegeram. Golpe são 11 milhões de trabalhadores passarem o 1º de maio sem qualquer perspectiva.
Retomo o período republicano da Roma antiga para invocar Aristóteles, que há 2.300 afirmava: “a esperança é o sonho do homem acordado”.