Parque Tecnológico: é hora de unir esforços


Por ANTÔNIO AGUIAR, VEREADOR E MÉDICO

14/06/2016 às 07h00- Atualizada 14/06/2016 às 08h14

Dez anos depois do início das discussões sobre a implantação do Parque Tecnológico e Científico de Juiz de Fora e região, o empreendimento ainda não se tornou realidade. Muitos avanços foram feitos, um plano de negócios foi criado para o parque, sendo considerado um dos mais avançados do país, estudos foram realizados, a licença ambiental foi dada para a construção do parque de um milhão de metros quadrados no km 790 da BR-040, em frente ao Expominas, e milhões de reais já foram gastos, dinheiro público que não pode ser perdido e que precisa ser revertido urgentemente para o desenvolvimento da região.

Neste artigo, fazemos um apelo para que a discussão sobre o Parque Tecnológico saia do meio acadêmico e dos gabinetes de autoridades e chegue até a população, até os jovens empreendedores, até as cidades da região que seriam beneficiadas com este importante empreendimento capitaneado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O apelo também é para que haja esforços conjuntos de governantes, empresariado, universidade e sociedade em geral para que o parque se concretize e acolha empresas de base tecnológica e jovens empreendedores que busquem soluções inovadoras com suas startups.

É verdade que o parque une o mundo acadêmico ao empresariado, mas sua importância é ainda maior para o desenvolvimento sustentável e sólido da região e ainda a esperança de ser um vetor, que mantenha na região profissionais qualificados, já que hoje muitos seguem para outros centros por falta de oportunidades melhores na Zona da Mata, principalmente no que diz respeito à ciência e tecnologia. É preciso esforço conjunto para que os entraves hoje existentes no Tribunal de Contas da União (TCU) sejam resolvidos, visto que uma década já se passou, e a região não pode ser privada deste projeto, hoje considerado um modelo de negócio moderno e dinâmico.

Em um momento de crise, o parque poderia ser a mola propulsora para atrair recursos e empresas que queiram investir encontrando condições favoráveis. A importância e o potencial do parque já foram atestados por meio de estudo feito pela Fundação Dom Cabral e impactariam pelo menos 40 cidades do entorno de Juiz de Fora. Entre os focos do mercado a ser atendidos já foram constatados alguns setores que seriam atores centrais do parque, como o de leite, o de tecnologia e informação, metal mecânica, eletroeletrônica e fármacos.

Cabe ao Poder Público, de forma urgente, mostrar à sociedade a importância destes parques, hoje fundamentais para a ciência e tecnologia, e, consequentemente, para o fomento do crescimento da região. Diversos especialistas alertam que é o conhecimento que faz com que uma nação se distancie de outras em termos de crescimento econômico.

É preciso agora unir esforços de especialistas, empreendedores, políticos locais, deputados estaduais e federais que levem esta discussão à frente de forma séria e definitiva. A população, principalmente jovens empreendedores que sonhavam em ter suas empresas incubadas no parque, não pode mais se decepcionar com anúncios de projetos grandiosos que não se concretizam na cidade. Não qualquer projeto, mas um empreendimento no qual, para cada um dólar investido na implantação, são gerados três dólares pelas empresas nele instalados, segundo o Atlas of Innovation; um empreendimento que tinha entre seus valores declarados a inovação, a ética, a sustentabilidade, a integração, a excelência e a valorização das pessoas.

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