Sem atritos


Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita A Casa do Caminho

12/10/2019 às 06h45

No livro “O Consolador”, psicografado por Chico Xavier, encontramos a seguinte reflexão sobre a violência. O preceito evangélico “se alguém te bater numa face, apresenta-lhe a outra” deve ser observado pelo cristão, mesmo quando seja vítima de agressão corporal não provocada? A resposta dos espíritos é precisa e direta: “O homem terrestre, com suas taras seculares, tem inventado numerosos recursos humanos para justificar a chamada ‘legítima defesa’, mas a realidade é que toda defesa está em Deus”. Prossegue o espírito em sua resposta: “Somos de parecer que, agindo o homem com a chave da fraternidade cristã, pode-se extinguir o fermento da agressão, com a luz do bem e da serenidade”.

O Mestre de Nazaré ensina a não se retribuir a violência com a violência. Porque, se enfrentamos a crueldade com armas semelhantes, estimulamos a perpetuação do ódio no mundo.

Combater o mal com o bem e jamais ser indiferente aos fatos em redor, pois a omissão é crime inafiançável, por ser a materialização do egoísmo.

Mesmo que os expoentes da má-fé costumem interpretar falsa e erroneamente os ensinos de amor e perdão patenteados nas palavras de Jesus, nós, que Nele cremos, nós que nos empenhamos no esforço para o aperfeiçoamento moral buscando o progresso, não daremos ouvidos aos falastrões, arautos da maledicência cultivadores do materialismo. Seguiremos adiante, ativistas no bem, enérgicos na renovação interior, vigilantes e operosos quanto nos for possível.

Em todas as épocas, os homens dedicaram-se à violência como instrumento repressor da maldade, como força eliminadora das diferenças e dos diferentes, maquinaria de construção da chamada igualdade social, instaurando o extermínio como política de Estado, que, sustentado pela maldade, que é filha do cálculo e da ignorância das leis de Deus, nada mais fizeram com suas atitudes sombrias que acentuar as catástrofes, discriminar a discórdia e salientar as mazelas humanas, proclamando o “olho por olho e dente por dente”.

Reconhecendo a incapacidade humana de enxergar o bem, Jesus nos conclama ao empreendimento individual, em todos os prismas de nossa existência, à prática do bem.

Perdoai não sete vezes, mas 70 vezes sete vezes, como instrumento de bondade inteligente, transformadora, diligente e eterna.

Assim procedendo caminhamos ombro a ombro com todos aqueles de boa vontade, para quem o Cristo dedicou a paz na Terra.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.