Feliz “Dia dos Namorados”


Por Carlyle Leite Moreira, Bacharel em Direito e História

12/06/2019 às 06h35

Diante de inúmeros casos de violência contra a mulher ou mesmo de relacionamentos abusivos, paira a dúvida: qual é a origem/razão de tanta violência?

Perscrutando a História, identifica-se que tanto o mundo ocidental quanto o mundo oriental possuem como base de seu compêndio jurídico (normas cíveis e penais) o direito canônico, seja o Rig Veda, a Torá, a Bíblia, o Alcorão etc.
Posto isso, impende notar que a sociedade encontra-se regida, mesmo que implicitamente, pelos ditames religiosos (não necessariamente espirituais), em que o papel a ser desempenhado pelo homem torna-se destaque, bem como a subserviência e a submissão da mulher.

Com o passar dos séculos (enfim, milênios), a humanidade viu surgir o direito à primogenitura, o direito à propriedade particular… e até mesmo a configuração daquilo que se convencionou chamar de família (do latim famulus = escravo doméstico); seja como for, fato é que sempre houve embate entre a sociedade patriarcal e matriarcal estabelecidas: reis/rainhas; capitães donatários/capitãs donatárias; senhores/senhoras de engenho; latifundiários/latifundiárias e… masculismo e feminismo! Assim é que, nos dias atuais, encontra-se estabelecida a família (parental, monoparental, multiparental, mosaico) constituída através do casamento civil ou da união estável. Independentemente da forma constituída, a família encerra, em si, a dicotomia entre masculismo e feminismo e, frente a tal dicotomia, a alteridade entre homem e mulher.

Alteridade ou dicotomia, certo é que a sociedade “respira” a normativa heterocêntrica e heterossexista. E na esteira de tais normativas, salta aos olhos o não saber lidar com a feminilidade! Sim, tanto homens quanto mulheres ainda não sabem (ou se ressentem) lidar com os fatores biológicos e socialmente estabelecidos pela feminilidade. E o resultado desse “não saber” desencadeia a misoginia (ódio, desprezo e/ou preconceito contra o sexo feminino), bem como o machismo (a ideia de que o homem, em uma relação, é o líder superior) e o sexismo (preconceito ou discriminação baseado no gênero ou no sexo de uma pessoa).

Você, namorado(a), que está prestes a “comemorar” a data comercial e, talvez, a celebração de seu casamento e constituição de família, tenha em mente, por princípio, que feminilidade é totalmente distinta de feminino. Assim sendo, seja gentil, empático(a) e sensível!

De antemão, neste Dia dos Namorados, não busque fora aquilo que está dentro de você: a sua felicidade! Apenas seja gentil, empático(a) e sensível! E, sim, independentemente do gênero, não tenha preconceito em se encontrar com a sua feminilidade.

Quem sabe, encontrando a sua feminilidade, talvez encontre o Amor que tanto procura!

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