Tempos duros e a ação dos cristãos


Por Equipe Igreja em Marcha | Leigos católicos

11/02/2017 às 03h00

Há, ao redor de nós, uma sensação de mal-estar. No rastro de prolongada crise mundial, o atual Governo do Brasil adere às fracassadas políticas neoliberais. As notícias sobre desemprego, redução de salários dos empregados, ameaças à Previdência com riscos às aposentadorias começam a rondar nossos irmãos. Nos países ditos emergentes, como o nosso, a insegurança reina.

Um fato novo, porém: vemos grupos se organizarem, para protestar, esparsos pelo mundo. Embora suas palavras de ordens ainda sejam muito genéricas, elas começam a apontar para as reais causas da crise.

Desde a grande crise de 1929, e principalmente depois da 2ª grande guerra, os povos dos países mais desenvolvidos, sobretudo na Europa, construíram lentamente o Estado de Bem-Estar Social (“Welfare State”) e fizeram conquistas importantes com melhorias concretas na qualidade de vida das populações. No Brasil, lenta e progressivamente, se iniciavam melhorias na distribuição de renda.

Após a queda do muro de Berlim, o setor bancário e as Bolsas de Valores, que teoricamente teriam a função de organizar poupanças e investimentos para sustentar a produção de bens e serviços, começaram a hipertrofiar atividades especulativas. Pariram um “mercado financeiro” mais preocupado com especulações, próximo de cassinos, no qual o principal propósito é criar bolhas de valorização de mercados futuros, especulação imobiliária, manipulação de juros, fazendo uma série de manobras, que na prática criam montantes enormes de “dinheiro virtual”, manipulando governos e pessoas a um consumo insensato. Na hora de acertar as contas é que se vê que todo o dinheiro consumido não existia, os bens adquiridos ou penhorados se transformam em enormes dívidas, cuja conta governos ineptos e organismos internacionais empurram para o povo sob forma de desemprego, desprevidência, miséria e fome, destruindo o bem-estar das pessoas. Os especuladores saem mais ricos ou são socorridos pelos governos, com o dinheiro do bem-estar dos cidadãos.

A consciência cristã nos conclama a estar atentos à incipiente organização que pipoca pelo mundo, ainda débil e desorganizada. Em todo o mundo, os ameaçados começam a se organizar. Seguramente, nosso agir cristão será convocado. A concentração imoral e criminosa de bens não pode ser paga com o sofrimento do povo.

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