E a família, como vai?
Com a cultura do espetáculo e do descartável, de polarizações e intolerâncias várias, a família vem passando por dificuldades e desafios. Muitas mudanças ocorreram na sua constituição, no seu papel social, na forma como as religiões a percebem e em como ela mesmo se insere nas religiões… Fanatismo e secularização dividem o mesmo teto. A família é a primeira célula da sociedade, e também a igreja doméstica, dessa forma, torna-se imagem e semelhança tanto da sociedade e de suas mazelas quanto da igreja e de suas “tribulações”.
A realidade atual nos apresenta uma situação diferente de outras épocas. É preciso observar o desenvolvimento das famílias, da maneira como for e da forma como se constituir. As relações humanas não podem e não devem ser pautadas por egoísmo e discriminação ou visões unilaterais, que não permitam o diálogo e a tolerância. Tomar um modelo de família como único, correto e aceitável confronta-se com a realidade existente em muitos lares e apenas contribui para piorar situações que já são conflitivas.
Nesse sentido, o Papa Francisco afirma, no primeiro parágrafo da Exortação Apostólica Amoris Laetitia: “A alegria do amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja. Apesar dos numerosos sinais de crise no matrimônio – como foi observado pelos padres sinodais -, ‘o desejo de família permanece vivo, especialmente entre os jovens, e isto incentiva a Igreja’. Como resposta a este anseio, ‘o anúncio cristão sobre a família é verdadeiramente uma boa notícia'”.
A desafiadora pergunta “E a família, como vai?” segue suscitando uma reflexão séria e necessária!
Neste domingo (11), tem início a Semana Nacional da Família, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e que traz essa indagação como seu tema central, retomando a Campanha da Fraternidade de 25 anos atrás… demonstrando sua persistente atualidade! Busca-se “indicar a necessidade de a família vivenciar uma profunda experiência de Jesus e da sua Palavra para conseguir vencer os desafios e as dificuldades que encontra em seu caminho e, assim, compreender seu papel evangelizador na Igreja e na sociedade”. São vários subtemas abordados, com maior ou menor abertura, mas, sobretudo, levando, a cada dia, a uma reflexão de um dos aspectos dessa realidade para buscar uma resposta que o mundo mesmo parece solicitar!
Em mensagem de vídeo, publicada no início do mês, o Santo Padre pede que se reze pelas famílias, para que possam se tornar “escolas de verdadeiro crescimento humano”, nas quais as pessoas possam aprender uma vida de oração e amor. Com o título “As famílias, um laboratório de humanização”, o vídeo traz outra instigante pergunta: “Que mundo queremos deixar para o futuro?”. “Deixemos um mundo com famílias. Cuidemos das famílias, porque são verdadeiras escolas do amanhã”, responde o Papa Francisco.
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