O Brasil do acarajé


Por Carlos Maurício de Moraes Ramos Perez, colaborador

10/03/2016 às 07h00- Atualizada 10/03/2016 às 08h16

Aqueles que queriam ser deuses esqueceram que, assim como os deuses, seus pés também foram feitos de barro. O PT envelheceu antes mesmo de se tornar maduro. Viveu um gozo adolescente, intenso e interrupto e, agora, já não seduz mais ninguém. Seus pares se arrastam decadentes pelos cantos do Brasil, parecendo zumbis. O socialismo nunca soube interpretar a sociedade e manter a isenção, ao contrário, insulta tudo aquilo que lhe é diferente. Por isto, onde quer que ele seja implantado, vai se mostrar como um sistema falível, extremamente corrupto e retrógrado.

Vivemos em um limbo existencial muito parecido com o limbo que o Brasil começa a viver agora. Já estamos acostumados a viver com a nossa falta de perspectiva existencial, e o futuro já não é mais desejado. O novo mistura-se ao velho, e ambos são acolhidos com extrema indiferença.Vivemos na era da apatia, na era da sedução, do culto exacerbado a si mesmo e do hedonismo barato. Não nos mobilizamos mais por uma causa, agora, existem causas personalizadas que são muito bem aceitas por ONGs (as sérias!) ou por trabalhos voluntários.

Nós nos mobilizamos somente pelos nossos próprios desejos. Defendemos causas ecológicas e vamos aos nossos compromissos no conforto do ar-condicionado dos nossos carros. A personalização sem significantes nos fez virarmos narcisistas envoltos em vitrines de cristais assépticos, e nos excluímos, propositalmente, deste mundo para gritarmos, desesperadamente, por nossos significados. Cultuamos religiões personalizadas que se misturam com as religiões tradicionais; juntamos deuses pessoais com deuses orientais sem nos esquecermos do nosso desgastado Deus ocidental. Somamos tudo isto à exigência de ser espiritual, torcendo sempre para que qualquer crença dê certo, mas sempre o que presenciamos no horizonte é a fatalidade das Moiras.

Políticos, jornalistas e advogados atacam o juiz Sérgio Moro como se ele fosse cria da burguesia. Estamos em uma época em que as criadas viraram secretárias domésticas; os proletários, parceiros sociais; os velhos se tornaram pessoas da melhor idade; e, enquanto isto, políticos retrógrados junto com professores ressentidos continuam a gritar burgueses?! Será que eles ainda não entenderam? A revolução é vivida dentro de nós.

Presenciamos na TV o ex-presidente repetindo seu mantra “as pessoas que falam em crise, crise, crise, repete (sic) isso todo santo dia e fica (sic) minando a confiança no Brasil”. Lula se expôs como pedindo: parem de falar em sítio, em triplex e em Lava Jato, todo santo dia que o meu desespero acaba. Vimos o marqueteiro petista João Santana e sua esposa sendo presos com caras de deboche e com a certeza de impunidade. A Odebrecht, fazendo obras superfaturadas e corruptas em países de sexto mundo com dinheiro emprestado do BNDES e avalizado por Lula. E, enquanto isto, a dupla Bonnie & Clyde tupiniquim se encarregava de eleger presidentes corruptos para estes mesmos países subnutridos… É o Brasil exportando sua vigarice mundo afora. Que vergonha, PT!

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