Reflexão: inovação x tecnologia


Por GABRIEL PIGOZZO TANUS CHERP MARTINS E ANA PAULA XAVIER, COLABORADORES

09/03/2016 às 07h00- Atualizada 09/03/2016 às 08h42

Inovação e tecnologia, tecnologia e inovação. Acredito ser impossível falar isoladamente destas duas “ferramentas” imprescindíveis para a vida em sociedade. Na atualidade, o homem tem se tornado refém das novas tecnologias (ferramentas), que com uma certa dose de inovação (criatividade) nos descortinam o mundo. Apresentam-nos tempos e espaços de diferentes maneiras e sob diferentes perspectivas.

Não se pode pensar em tecnologias apenas pelo prisma dos valores (inovadores atuais) a elas agregados. Por exemplo, o arado, o carro de boi, a lança de pedra, o giz, a roda, dentre outros, são exemplos de tecnologias que num determinado contexto histórico, social e cultural tiveram seu apogeu e sua importância, ou melhor, continuam importantes e úteis para a sociedade.

Encontramos sociedades cujos recursos tecnológicos de baixo valor agregado são de tamanha utilidade quanto os nossos mais velozes e potentes computadores e lava-louças. Agregamos valor a essas criatividades materializadas em ferramentas tecnológicas à medida que nos sucumbimos a um mercado persuasivo e perverso. A futilidade e a liquidez destas novas tecnologias nos fazem consumir a nós mesmos, em troca de uma comodidade tecnológica e de uma breve sensação de ter/pertencer.

Pensar em inovação (criatividade) é pensar em estratégias. Estratégias criadas para facilitar a vida humana. É pensar em fazer, agir, criar. (re) fazer, agir novamente, (re) criar. É mudança e movimento. Sonho e realidade. Fazer o novo, novidade. Ter o objetivo de potencializar. Potencializar o impossível, o desacreditado, o que está fadado ao fracasso. Criatividade (inovação) é imaginação. Imaginar e concretizar. É tornar eficaz, eficiente, ágil. É compartilhar, interagir, relacionar. Fazer circular ideias, ideologias, sonhos e fantasias. É fazer sorrir e chorar. Amar e odiar. Um apaixonar diário pelo novo. Todas estas manifestações da inovação se materializam nas tecnologias.

Afinal, o que são as tecnologias? Ferramentas? Instrumentos? Objetos? É algo concreto ou abstrato? Nuvem? Rede? Interligações? Vassoura? Giz? Livro? Smartphone? Código? Tecnologia são manifestações da inovação (criatividade) em forma de instrumentos (e todos os seus sinônimos) que visam contribuir para a vida em sociedade.

Gostar de tecnologias não significa se apaixonar pelo “superultramega” computador do ano. Gostar de tecnologia é sentir prazer em ler um livro, segurar um lápis, cozinhar com uma colher de pau. É mergulhar num mundo de simplicidade, de cumplicidade, de amizade. É ter o mundo a um toque. É conhecer Paris, Tóquio, Londres sem precisar sair do quarto. É sentir o cheiro de um café fresco pela manhã e poder pedalar numa alameda florida.

E ainda que o lado obscuro dessa tecnologia exista (a poluição, a obscuridade, a ilegalidade…) – e ele existe! – espero sempre que a vontade humana utilize o seu potencial criador como alavanca favorável a impulsionar o progresso coletivo. E que este pensamento seja disseminado de geração a geração. Tecnologia e inovação é acessibilidade. É comunicação. É transporte. É conhecimento. É informação. É vida! Vida que se transforma e se reinventa, que cria novas necessidades para seu conforto, para aguçar sua criatividade, seu instinto de fazer para se sentir bem, atendido em seus prazeres.

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