Diante das crises


Por Denise Pereira Rebello, Comunidade Espírita "A Casa do Caminho"

08/06/2019 às 07h02

“Aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos, estamos perecendo! Ele lhes disse: Por que estais temerosos, homens de pouca fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e houve grande calmaria.” (Mateus, VIII:23- 27)

Na passagem acima, conhecida como “A tempestade acalmada”, os evangelistas narram o episódio em que Jesus e seus discípulos faziam travessia a barco do lago de Genesaré, quando repentina e forte tempestade surpreendeu a todos. Tendo medo, os discípulos despertaram o mestre, que adormecera, suplicando-lhe socorro para aquele momento de tormenta. Jesus, então, advertiu-os da pouca fé e, movimentando recursos que lhe eram próprios, acalmou a tempestade, de tal forma que os discípulos perguntavam “Quem é esse que até os ventos e o mar lhe obedecem?”
Em todos os tempos da humanidade, as crises estiveram presentes: crise familiar, crise financeira, crise social, crise de emprego, crise religiosa, crise moral. Em decorrência, há crise de esperança e de fé nos corações.

A doutrina espírita, ao esclarecer sobre a reencarnação e a imortalidade da alma, mostra-nos que, diante das crises, não podemos perder a esperança. As experiências que enfrentamos são frutos das nossas necessidades e escolhas. Os momentos de crise devem ser também de reflexão e de retomadas mais acertadas, com compreensão. E, com a resolução de problemas, surgem outros, exigindo-nos novos ajustes. Dessa maneira, vamos vencendo os obstáculos que se encontram, primeiramente, dentro de nós. Quase sempre, como disse Jesus, vemos o argueiro no olho do nosso irm ão, mas não a trave nos nossos olhos; vemos, cada qual, o mal alheio antes do próprio. O orgulho, fonte de muitos vícios, leva-nos a disfarçar nossos próprios defeitos, sendo a negação do desenvolvimento de muitas virtudes. Foi por isso que Jesus se empenhou em combater o orgulho, como principal obstáculo ao progresso.

Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo “A fé que transporta montanhas”, informa que a fé sincera e verdadeira é sempre calma e confere a paciência que sabe esperar. É a confiança que se deposita na realização, a certeza de se atingir um objetivo. Necessário é não confundir fé com presunção, já que a verdadeira fé se alia à humildade.

Nesse sentido, a fé iluminada pela razão e a vontade têm papel relevante nos mecanismos de progresso de forma consciente. É necessário deixar para trás erros e equívocos, a fim de navegarmos no barco da vida em companhia de Jesus.

Diante de quaisquer obstáculos, sobretudo naqueles momentos que se configurarem para nós temporais e ventanias adversas, busquemos o Cristo em prece e em renovação em nós mesmos, a fim de não sucumbirmos, na certeza de que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, conforme afirmou: “Ninguém vem ao pai senão por mim.” (João, 14:6)

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