Infrações de trânsito: como reduzi-las?
Excesso de velocidade, beber e dirigir (alcoolemia), ultrapassagens proibidas e perigosas, rachas, estacionamento proibido, falar ao celular ao dirigir, avançar o sinal vermelho, deixar de usar o cinto de segurança dentro dos carros (todos os passageiros), buzinar indevida e desnecessariamente, usar o som do carro com a finalidade de provocar e perturbar o sossego alheio, instalar escapamentos não originais nas motocicletas com a finalidade de provocar intenso ruído, parar além das faixas de retenção e/ou sobre as faixas de pedestres, etc. Embora todos os condutores de veículos automotores tenham passado por um Centro de Formação, nenhum deles tem o direito de alegar em seu favor o desconhecimento das leis de trânsito. Mas não é o que costuma ocorrer. A impressão que se tem é a de que o trânsito que flui pelas vias é livre, como se não houvesse regras a serem seguidas. Cada um faz o que bem entende e ponto final.
Mas, então, quais são as razões para a existência das normas e recomendações da engenharia de tráfego, que, criteriosamente, estuda, projeta, constrói e sinaliza as vias, conforme regras técnicas que regem o trânsito? Para que, afinal, os limites de velocidades estabelecidos para as vias, as faixas de retenção em interseções, as faixas de travessia de pedestres, os semáforos – que estabelecem o direito de passagem em interseções -, as cancelas sonorizadas das passagens de nível das ferrovias, os cintos de segurança – cuja finalidade não é outra senão salvar vidas em caso de acidentes? Será que tudo isso é apenas mero capricho dos legisladores? Sinceramente, creio que não. Estão faltando no trânsito civilidade, educação e responsabilidade.
Que estranhas razões induzem os brasileiros a se comportarem tão mal a ponto de produzirem acidentes de trânsito com vítimas fatais em números tão elevados? No país, mais de 55 mil vidas são perdidas por ano, isso significa que o nosso trânsito mata mais que algumas guerras em andamento no mundo. Somos, hoje, o terceiro país do mundo em acidentes de trânsito com vítimas fatais. São 150 pessoas mortas por dia, 60% dos leitos de ortopedia dos hospitais brasileiros são ocupados por acidentados do trânsito. São R$ 13 bilhões por ano, de custos com os acidentes ocorridos apenas em rodovias federais, e as consequências dessa terrível tragédia destroem impiedosamente a estrutura de inúmeras famílias brasileiras.
Diante de tais circunstâncias, somente com conscientização da responsabilidade comportamental e intensa fiscalização dos infratores, talvez, até 2020, possamos atender aos apelos da ONU, no sentido de reduzirmos, no mundo, 50% dos acidentes de trânsito. O Brasil inclui-se entre os 178 países daquela organização que se comprometeram com essa proposta!