Meio ambiente: também é da nossa conta

Falar em meio ambiente hoje é falar sobre a capacidade limitada de satisfação das necessidades humanas, já que a sociedade menospreza as relações ecológicas diárias, entre elas e a natureza, promovendo uma catástrofe ambiental que poderá explodir num futuro não muito distante. Ou que talvez já estejamos presenciando, por exemplo Mariana e Brumadinho.

No cenário de 2020, em um momento de crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19, o preço do ouro disparou nos mercados internacionais, impulsionando, já nos quatro primeiros meses do ano, o valor das exportações brasileiras, e assim, o crescimento da atividade garimpeira ilegal na Amazônia. Os dados são do Instituto Escolhas.

No que diz respeito à corrida do ouro na Amazônia, os danos ao meio ambiente são permanentes, sem possibilidade de regeneração completa, além da poluição com mercúrio, que prejudica não só as comunidades e territórios indígenas, mas também os trabalhadores desses garimpos. Da mesma forma, incompativelmente, os danos derivados da extração ilegal do ouro estão socializados. O ouro é extraído ilegalmente e comercializado no mercado lícito.

É inegável a precarização do sistema fiscalizatório no Brasil, tanto no campo dos crimes ambientais de um modo geral, quanto dos compradores de extrações ilegais. Sobretudo quando falamos de uma nação com uma Política Nacional do Meio Ambiente que tem como objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida.

Talvez não seja simples assimilar qual a nossa responsabilidade ou participação nessa questão. Mas entender o meio ambiente e todo o ecossistema como a nossa própria casa, principalmente em um momento onde a semântica dessa palavra tenha tanto significado, possa nos fazer refletir sobre a importância de requerermos nosso direito a ter esse lar organizado, “ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”, conforme previsto na Constituição Federal; sobre a necessidade de aliar o crescimento econômico com a preservação ambiental; além da construção de novos valores sociais, conhecimentos, atitudes, competências e habilidades para a conquista e a manutenção desse direito. E isso sim depende de cada um.

É o meio ambiente que condiciona a vida humana de todas as formas. A isso chamamos “sustentabilidade”. Se queres melhorar o teu planeta, melhora primeiro a tua maneira de olhar para ele.

Este espaço é livre para a circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail ([email protected]) e devem ter, no máximo, 30 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.