Novo papel da UFJF


Por Paulo Barone, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação e professor da UFJF

06/10/2016 às 07h00- Atualizada 06/10/2016 às 08h04

A UFJF está completando um complexo processo de transformações, em que a face mais visível inclui a criação de novos cursos, a ampliação da oferta de cursos noturnos, a plena implantação de cotas de vagas para estudantes egressos de escolas públicas e a instalação do campus de Governador Valadares.

Mais importantes, por outro lado, são as transformações que afetam a natureza da universidade e a sua relação com a sociedade, como o progressivo crescimento das atividades de pesquisa científica e tecnológica, dos cursos de mestrado e doutorado e, mais recentemente, das atividades relacionadas à inovação. Dentre os papéis das universidades, a contribuição para o desenvolvimento tecnológico e a inovação é fundamental no atual momento histórico, em face do caráter essencial que o conhecimento tem para a organização da economia e da sociedade, reduzindo o peso de setores tradicionais da produção, de baixo valor agregado. Considerando a longa decadência econômica da cidade e da região, a capacidade da UFJF de contribuir para a reversão dessa tendência por meio da inovação constitui a sua mais importante missão.

Esse é o contexto em que o Parque Científico e Tecnológico de Juiz de Fora e região representa o projeto mais significativo em andamento na Zona da Mata. Pela capacidade de catalisar os processos de inovação num ambiente que combina a presença de pesquisadores, infraestrutura laboratorial, empreendimentos nascentes de base tecnológica e empresas inovadoras já consolidadas, os parques científicos e tecnológicos constituem fortes instrumentos para a consolidação de setores produtivos baseados em conhecimento. Além disso, o parque alinhará contribuições da pesquisa e da pós-graduação da UFJF às demandas do setor produtivo, que poderão projetar um caminho de desenvolvimento próprio para a universidade. Esse processo, longe de condicionar negativamente a instituição, permitirá que ela se afirme nos cenários nacional e internacional, a exemplo do que aconteceu com outras instituições, como a UFV e a UFLA, associadas ao desenvolvimento da área agropecuária.

A implantação do parque deve ser, portanto, prioridade para a universidade, para a cidade e para a região. Tarefa que requer a combinação virtuosa das contribuições de todos os atores relevantes, em especial das lideranças acadêmicas, empresariais e políticas. E que abre novas possibilidades de desenvolvimento pelo alinhamento de Juiz de Fora à nova realidade da sociedade do conhecimento.

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