Você realmente acredita que não estamos em crise?
Foi com grande tristeza que li sobre o empresário Luis Antônio Scussolino, de 66 anos, de Rio Claro, SP, que cometeu suicídio após despedir 233 funcionários de sua empresa, o que corresponde a quase metade de todo o seu quadro funcional. A empresa não suportou a queda de quase 70% em seu faturamento, fortemente atingida pela crise econômica que assola o país. O empresário havia tentado negociar junto ao sindicato e aos trabalhadores uma redução na jornada de trabalho e nos salários, mas a proposta foi rejeitada.
Assim como o sr. Luis Antônio, o Brasil contabiliza hoje a maior queda na atividade industrial desde 2009, mais de cem mil lojas foram fechadas, sem falar nos 12 milhões de desempregados.
Quantas tragédias serão necessárias ocorrer para aqueles que se mantêm cegos à realidade nacional acordem para a desesperadora situação que inúmeros brasileiros estão vivenciando? Até quando irão continuar a fingir que nada está acontecendo, que crise é consequência de incompetência individual?
Além destes, temos também o grupo que prefere falar do “golpe”, apoiar a continuidade da corrupção sistêmica que assaltou o Brasil. Assim como a operação em curso da Polícia Federal, chamada de “Custo Brasil”, a corrupção meticulosamente planejada por uma organização criminosa nos leva a pagar do nosso bolso o famoso “Custo Brasil”, oriundo do desgoverno instalado há 13 anos no país. Estamos à beira do abismo, e ainda está longe de se ver a luz no fim do túnel. Será que aqueles que insistem em se manter iludidos na crença de que os objetivos da era lulopetista visavam ao bem comum não veem que, na verdade, era apenas um meio para viabilizar a roubalheira desmedida visando ao interesse de um pequeno grupo dos “amigos do rei”?
Não creio ser necessário ir até Rio Claro para constatar a dura realidade que nos cerca. Juiz de Fora não é exceção neste cenário. Basta andar pelas ruas tanto do Centro da cidade como nos bairros para ver o número de lojas e estabelecimentos fechados, bem como os incontáveis anúncios de “aluga-se”. Aqueles que continuam a repetir de maneira dogmatizada que se trata de golpe deveriam perguntar à família do sr. Luis Antônio o quanto este empresário lutou, trabalhou e se dedicou até seu último momento em vida por sua empresa. Com certeza, irão responder que a empresa era a sua própria vida, e, sem ela, não havia mais razão para viver.
Hoje, espalhados por todo o país, inúmeros empresários estão sofrendo as consequências da irresponsabilidade petista. Encontram-se diante de um enorme dilema entre fechar as portas e abrir mão de seus sonhos ou prosseguir diante um mar de incertezas, sem saber se chegarão a algum lugar. Sentem-se envergonhados por sua situação enquanto os verdadeiros responsáveis continuam soltos, se dizendo probos e honestos.