Custo da tarifa do transporte público
Em novembro de 2015, a Associação Nacional das Empresas de Ônibus Urbanos – NTU lançou uma cartilha com o título de “Tarifácil”, cuja importante finalidade é a de informar às pessoas sobre os custos que compõem a tarifa de ônibus.
Quem paga passagem nos ônibus precisa saber, dentre outras coisas, que somente a mão de obra (empregados) custa 64%, o combustível, aproximadamente 20%, e que o restante destina-se a cobrir os custos de manutenção da frota.
Outro fato relevante refere-se às gratuidades; aqui em Juiz de Fora elas atingem 20%, causando grande impacto no custo da tarifa do transporte público. Isso significa que todos os que pagam passagens têm que mexer no bolso para custear as viagens de idosos, deficientes físicos, estudantes e de toda a “galera” que anda de ônibus de graça. Da demanda por deslocamentos de ônibus, 33% destinam-se a atender os beneficiários das gratuidades. Convenhamos, isso não é justo!
Empresas de transporte coletivo, como quaisquer outras, para sobreviver, necessitam manter o equilíbrio econômico financeiro de suas contas. Por isso, em todos os anos, os fatos se repetem. Diante do menor indício de reajuste, a população protesta, e os políticos, o quanto podem, protelam o reajuste da tarifa. Para eles, o aumento das passagens ameaça mandatos e futuras candidaturas.
Enquanto isso, o sistema de transporte público agoniza. O aumento insuficiente da tarifa é um desastre que leva à ineficiência na prestação dos serviços.
Com urgência, é preciso desonerar as tarifas do transporte coletivo. Nesse sentido, tramita no Congresso Nacional a PEC 90/2011, que propõe a criação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico em Nível Municipal (CIDE), prevendo a taxação de R$ 0,10 sobre o litro dos combustíveis, possibilitando redução de até 30% no custo do transporte público. É justo, principalmente, se considerarmos que os carros ocupam 75% das vias e transportam 20% das pessoas, enquanto os ônibus ocupam 20% do espaço urbano e transportam 70% da população. Tarifas menores e transporte eficiente, confortável e confiável podem significar a troca do carro pelo ônibus!