CNBB vai eleger nova presidência
A Igreja Católica do Brasil vive um momento de decisão. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) iniciou, no último dia 1º, a 57ª Assembleia Geral (AG) dos Bispos do Brasil, que vai eleger uma nova direção para os próximos quatro anos. O encontro em Aparecida (SP) conta com a participação de 309 bispos na ativa (com direito a voto), os 171 eméritos, os administradores apostólicos e representantes de organismos e pastorais da Igreja. Este ano, a AG tem ainda a tarefa central de atualizar as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil para o quadriênio 2019 a 2023.
Na abertura, os líderes católicos pré-coesão pediram orações para que cheguem “a decisões acertadas”. “Que o Deus de bondade conceda uma graça de viver estes dias em fraternidade comunal”, rogou o atual presidente da entidade, dom Sérgio da Rocha, que está encerrando o mandato. No entanto, há um clima de tensão entre os bispos que reflete os tempos de polarização política no país, com uma expectativa nos bastidores de uma perspectiva conservadora na cúpula, hoje comandada pela ala considerada progressista. Nos últimos meses, os posicionamentos da CNBB têm se chocado com propostas de Bolsonaro.
Durante o encontro, que termina no dia 10, os bispos vão discutir o documento com as novas diretrizes, e, como diz o arcebispo de São Luiz (MA) e presidente do Regional Nordeste 5, dom José Belisário da Silva, a atuação da Igreja no mundo urbano, conforme já amadurecido pelos bispos do Brasil, é o foco do documento. “O texto reforça que vivemos uma cultura urbana, com predominância no país das grandes cidades”, acentua.
O texto está estruturado em quatro partes. A primeira, que inclui uma introdução e o primeiro capítulo, aprofunda os rumos da Igreja no mundo urbano atual. O segundo capítulo aprofunda o olhar dos discípulos missionários; o terceiro capítulo trata da ideia-força da Igreja nas Casas, retomando a inspiração das primeiras comunidades cristãs. O quarto e último capítulo constitui-se de indicadores que apontam sobre qual que maneira a Igreja em Missão no Brasil pode estar presente da melhor maneira possível neste novo mundo urbano.
Após a aprovação do documento, será eleita a nova presidência da entidade para o próximo quadriênio, sendo: presidente da CNBB, vice-presidente, secretário-geral. E também os 12 presidentes das Comissões Episcopais Pastorais e delegado e suplente junto ao Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam). A cerimônia de posse da nova presidência está marcada para as 10h30 do dia 10 de maio.
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